Holy Spider (2022). Dir: Ali Abbasi. Netflix. Filme bastante pesado baseado na história real de um assassino em série que, entre 2000 e 2001, matou dezesseis prostitutas na cidade de Mashad, no Irã. O assassino não se considerava um criminoso, mas sim alguém que estava "limpando a cidade do pecado". Uma jornalista de Teerã, Arezoo Rahimi (Zar Amir Ebrahimi), vai até Mashad investigar as mortes e se depara com uma polícia inerte e um jornalismo amador.
A moça também tem que enfrentar o machismo da cultura local; quando chega em um hotel, sozinha, o gerente lhe diz que houve um erro na reserva dela e que ela deve ir embora. Quando ela revela ser jornalista, o "erro" desaparece e acabam dando um quarto a ela. O filme não tenta fazer suspense sobre quem é o assassino. Ele é mostrado logo no início, um pedreiro comum, com esposa, duas filhas e um filho, Saeed Azimi (Mehdi Bajestani) é ex-combatente na guerra Irã-Iraque e religioso fanático. Ele pega as prostitutas de moto, à noite, e as leva para seu apartamento. As cenas em que ele as estrangula são bem fortes e violentas.
Além de ser um thriller de suspense, o filme também é um retrato de uma sociedade machista/religiosa. Quanto mais mulheres Saeed mata, mais apoio ele tem da população em geral, que acha que ele está fazendo um bem para a sociedade. A mãe de uma das vítimas diz à jornalista que a polícia não tem interesse em prendê-lo pois ele está limpando a cidade para eles. Ebrahimi, que faz a jornalista, ganhou o prêmio de melhor atriz em Cannes e recebeu centenas de ameaças de seu país de origem. O filme foi feito fora do Irã (filmado na Jordânia) e foi condenado pelo governo.
"Holy Spider" é pesado e difícil de assistir, mas poderoso. Tá na Netflix
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