Stillwater - Em busca da verdade (Stillwater, 2021). Dir: Tom McCarthy. Netflix. "Stillwater" é daqueles filmes que não sabem o que querem ser. Há duas boas histórias convivendo aqui, mas não há muita liga entre elas. Matt Damon é Bill, o típico americano médio, trabalhador braçal, boné, cavanhaque, dirigindo um utilitário e rezando antes de toda refeição. Bill vai para Marselha, França, visitar a filha. Allison (Abigail Breslin) está presa pelo assassinato da namorada, Linda, há cinco anos. A filha alega ter descoberto novas evidências de sua inocência, mas como a promotora não quer reabrir o caso, cabe a Bill investigar por conta própria.
Bill não fala francês (claro) e está hospedado em um pequeno hotel, onde conhece uma mãe solteira, Virginie (Camille Cottin, ótima) e a filha pequena, Maya (Lilou Siauvaud). É conveniente demais que Virginie saiba falar inglês e, do nada, resolva ajudá-lo na investigação, mas... ok. O problema é que o filme não sabe se vai ser sobre a investigação do caso de assassinato da filha ou sobre a relação de Bill com essa francesa e a filha. Há momentos em que as duas histórias convergem mas, por grande parte do filme (que é longo demais, com duas horas e vinte de duração), parece que estamos vendo uma estranha comédia romântica. Virginie é atriz de teatro e tenta fazer o americano ignorante gostar de arte. Bill se apaixona pela garotinha, Maya, e passa a buscá-la na escola e até arruma um emprego na construção civil. Logo todos estão morando juntos, Bill faz comida para as mulheres da casa, Virginie arruma um emprego na televisão e.... que filme estamos vendo mesmo?
Damon, mais "gordo", de cavanhaque e boné, tenta fazer a gente esquecer que ele é Jason Bourne, mas é estranho vê-lo andando pelas ruas da França sem saber muito o que fazer. Lá pelo final o filme se lembra da trama de assassinato e muda drasticamente, partindo para um final estranho demais. A direção é de Tom McCarthy, que dirigiu o vencedor do Oscar "Spotlight". Tá na Netflix.
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