O Homem dos Sonhos (Dream Scenario, 2023). Dir: Kristoffer Borgli. Filme bastante curioso que lembra os tempos em que o roteirista Charlie Kaufman era novidade e escrevia filmes como "Quero ser John Malkovich", "Adaptação" ou "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças". Nicolas Cage é Paul Matthews, um pacato professor de biologia evolutiva. Barba comprida, careca, óculos, usando sempre as mesmas roupas, ele é um tipo bastante comum.
Um dia um fenômeno estranho acontece e as pessoas começam a ver Paul em seus sonhos. No começo, são pessoas próximas, como família e amigos. Depois, o fenômeno se espalha pelo mundo inteiro. Paul fica assustado, a princípio, com a fama repentina mas, ei, as pessoas estão finalmente prestando atenção nele, achando-o "interessante". Logo ele está dando entrevistas e uma empresa quer associá-lo a vários produtos. O problema é que, de repente, os sonhos das pessoas com ele se tornam pesadelos terríveis e violentos. Amigos não querem mais vê-lo. A própria família está assustada.
"O Homem dos Sonhos" é uma sátira bem interessante sobre a fama e seus efeitos no mundo de hoje. Paul se considera um acadêmico sério e sonha em escrever um livro sobre a evolução das formigas, mas o mundo quer usá-lo para vender refrigerante. Quando ele está no alto da onda, no entanto, ele é "cancelado" pelas mesmas pessoas que o veneravam. Nicolas Cage, famoso por suas interpretações exageradas, está ótimo aqui como uma pessoa comum que, por um momento, acha que tirou a sorte grande. Há várias sequências interessantes e, em vários momentos, você não sabe se está vendo o mundo real ou se estamos dentro do sonho de alguém. A produção foi rodada em filme 16mm, com cores saturadas que lembram filmes antigos de família ou documentários. É curto, uma hora e quarenta de duração, e o final é interessante, embora poderia ter rendido mais.
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