O Som da Liberdade (Sound of Freedom, 2023). Dir: Alejandro Monteverde. O filme vem cercado de tantas polêmicas que fica difícil julgá-lo por seus próprios méritos (ou falta deles). Produção de baixo orçamento, financiado por uma penca de produtores executivos (um deles é Mel Gibson) e por milhares de apoiadores (que estão nos créditos finais), "Som da Liberdade" surpreendeu ao bater pesos pesados de Hollywood nas bilheterias americanas, rendendo mais de 200 milhões de dólares (para um orçamento de menos de 15 milhões).
A trama tenta te pegar pela emoção. O assunto, pesado, é o tráfico sexual de crianças, e Jim Caviezel (que interpretou Jesus em pessoa no "Paixão de Cristo" de Gibson) é um agente americano que pede demissão para tentar resgatar crianças na Colômbia. O ritmo é bem lento e o roteiro é cheio de monólogos falando o óbvio ("traficar crianças é ruim"). Caviezel, com seu cabelo loiro e olhos claros, está quase sempre quieto, à beira das lágrimas. Sua esposa é interpretada por Mira Sorvino, que mal fala dez frases o filme todo, a típica esposa fiel e silenciosa do herói americano.
Como filme, "Som da Liberdade" é um thriller lento e não muito inspirado. Há algumas boas cenas interpretadas por Bill Camp (sempre bom coadjuvante) e o garoto que interpreta uma das crianças raptadas (Lucás Ávila) é bastante bom. De resto, é bem quadradinho. Há uma cena de resgate bem difícil de acreditar e tão rápida que parece que ficou faltando alguma coisa na edição. A "polêmica" ficou por conta das manifestações políticas de Jim Caviezel e pela associação com teorias da conspiração que inflamaram a briga esquerda x direita nos EUA (e no resto do mundo). Como cinema, é filme para passar no Supercine.
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