Paraíso (Paradise, 2023). Dir: Boris Kunz. Netflix. Ficção-científica alemã que lembra bastante a premissa de "O Preço do Amanhã" (2011, Andrew Niccol). Em um futuro próximo, um procedimento médico permite que as pessoas vendam anos da vida delas para os super ricos que, assim, permanecem sempre jovens. A estrela da empresa é Max (Kostja Ullmann), que tem a vida perfeita com a esposa, Elena (Marlene Tanczik). Só que um incêndio destrói o apartamento deles e a companhia de seguros se recusa a pagar. A única saída é Elena vender 40 anos da vida dela para pagar a dívida, o que destrói o casal.
Há várias boas ideias aqui e a produção é bem feita. A criação de mundo é interessante e claro que há uma simbologia no fato dos ricos literalmente sugarem a vida dos pobres em troca da juventude eterna. Há um grupo terrorista chamado "Adão" que promete assassinar todos as pessoas que se beneficiarem do procedimento, que eles consideram blasfemo. Como disse, a ideia já foi explorada por Andrew Niccol (de "Gataca") em "O Preço do Amanhã", em que o Tempo era uma espécie de moeda corrente que era vendida ou trocada entre as pessoas, separadas em castas.
O filme dá uma derrapada no terceiro ato. Há uma cena de tiroteio muito mal filmada entre mercenários da empresa farmacêutica e os "terroristas" do grupo Adão. A motivação dos personagens também muda conforme o vento e o final deixa bastante a desejar. Talvez funcionasse melhor como um episódio de uma hora de "Black Mirror" mas, sendo uma produção da Netflix, até que o resultado é melhor do que o esperado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário