Era uma vez um gênio (3000 years of longing, 2022). Dir: George Miller. Amazon Prime Video. A classificação para este filme na Amazon está como "Infantil - Romance - Excitante - Estranho". Bom, a censura é 16 anos e, definitivamente, este não é um filme infantil. Estranho, sem dúvida. "Era uma vez um gênio" pode ser chamado de um conto de fadas adulto, feito por um dos diretores mais ecléticos de todos os tempos (George Miller dirigiu filmes tão diferentes quanto "Mad Max: Estrada da Fúria" e "Happy Feet").
Tilda Swinton é Alithea, uma acadêmica especializada em narrativas que vai participar de uma conferência em Istambul. Em um lojinha local ela encontra uma garrafa de vidro distorcida, que ela leva ao hotel. Ao limpar a garrafa na pia do banheiro, a tampa se solta e sai um gênio gigante interpretado por Idris Elba (com orelhas pontudas). Sim, pode até parecer o começo de uma história infantil, mas está longe disso.
O gênio, com de costume, oferece satisfazer três desejos da personagem de Swinton, mas a experiência dela diz que, geralmente, essas histórias não acabam bem. Ao invés de fazer os desejos, Alithea passa então a escutar a história de vida do gênio, que começa literalmente com a Rainha de Sabá. George Miller recria as histórias de Elba com atores e muitos efeitos especiais, que nem sempre funcionam direito. Grande parte do filme é passada dentro deste quarto de hotel, enquanto Alithea tenta decidir seus desejos e o gênio vai contando suas histórias. É bastante estranho, a bem da verdade.
Há muito simbolismo e mais de um toque de que a intelectual vivida por Swinton talvez não esteja bem da cabeça. Há ecos de uma tragédia no passado, envolvendo uma criança chamada Enzo. Na terceira parte, em Londres, quadros na parece e caixas no porão dão mais dicas sobre a vida de Alithea, mas nada fica muito claro. Se você embarcar no romance "infantil, excitante e estranho" da descrição, é um filme interessante, mas difícil, de encarar até o final. A direção de fotografia é do grande John Seale ("Estrada da Fúria", "O Paciente Inglês", "O ano em que vivemos em perigo") e a trilha sonora de Tom Holkenborg é bonita. Disponível na Amazon Prime.
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