Episódio 1: "Joan is Awful". Dir: Ally Pankiw. Roteiro: Charlie Brooker. Um dos melhores (e mais legítimos) episódios da temporada, "Joan is Awful" conta a história de Joan (Annie Murphy), uma moça comum que um dia descobre que a vida dela está sendo transmitida por uma empresa de streaming chamada "Streamberry". A atriz Salma Hayek interpreta Joan no "episódio dentro do episódio", e a moça fica desesperada por ver sua vida e sua intimidade expostas ao público. "Eles não podem fazer isso!", ela grita para a advogada. "Podem sim, você aceitou quando assinou o serviço de assinatura", responde ela. No melhor estilo Black Mirror, o episódio explora a própria Netflix e tecnologias como Inteligência Artificial e Deepfake.
Episódio 2: "Loch Henry". Dir: Sam Miller. Roteiro: Charlie Brooker. Um rapaz escocês (Samuel Blenkin) volta para a pequena cidade natal com a namorada, Pia (Myha'la Herrold). Os dois trabalham com cinema e a namorada fica muito interessada em fazer uma série "true crime" sobre um psicopata que havia morado na região. Ele havia torturado e matado várias pessoas de modo brutal, o que afastou os turistas, deixando a cidade às moscas. O episódio explora o fenômeno dos documentários sobre crimes reais que existem aos montes na Netflix (novamente, representada pela "Streamberry"). O episódio é tenso e o final é brutal.
Episódio 3: "Beyond the Sea". Dir: John Crowley. Roteiro: Charlie Brooker. Estrelado por Aaron Paul, Josh Hartnett e Kate Mara, este episódio se passa em um 1969 alternativo, em que dois astronautas estão indo para o Espaço profundo em uma nave. Eles mantém contato com a Terra e suas famílias através de cópias robóticas idênticas. Só que a esposa e as filhas de Hartnett são brutalmente assassinadas por um grupo muito parecido com Charles Manson e seu bando. A cópia robótica de Hartnett é destruída e ele fica "preso" na nave, desesperado e perdendo o juízo. Em um ritmo lento, o episódio mostra como o personagem lida com a morte da família usando o corpo robótico de Aaron Paul para "visitar" a Terra e manter contato com outras pessoas. O roteiro tem alguns furos, mas este é, talvez, o melhor episódio da temporada. Kate Mara está ótima como um mulher que era negligenciada pelo marido mas, estranhamente, se ente atraída por ele quando o corpo está "possuído" pela mente de outro homem. O final poderia ter sido melhor.
Episódio 4: "Mazey Day". Dir: Uta Briesewitz. Roteiro: Charlie Brooker. Difícil falar do episódio sem revelar spoilers, mas este me pareceu baseado naqueles filmes de terror dos anos 1980. Zazie Beetz (da série "Atlanta" e de "Joker") é uma fotógrafa de celebridades que resolve deixar a profissão depois que uma foto dela causou o suicídio de um ator. Só que um colega lhe diz que estão oferecendo 30 mil dólares pela foto de uma atriz que estava desaparecida depois de uma filmagem na Europa. Como disse, não dá para revelar muita coisa além disso. O episódio discute a cultura das celebridades e a invasão da privacidade.
Episódio 5: "Demon 79". Dir: Toby Haynes. Roteiro: Charlie Brooker e Bisha K. Ali. Talvez o episódio mais fraco da temporada (junto com o quarto), a trama se passa em 1979, em Londres. Uma imigrante indiana, Nida (Anjana Vasan) trabalha em uma loja de sapatos. Ela está almoçando no porão da loja (porque a preconceituosa da companheira de trabalho não a suporta) quando ela encontra um "talismã" mágico em uma gaveta. Ao chegar em casa ela descobre que, sem querer, ela invocou um demônio que aparece encarnado na figura de um cantor pop (Paapa Essiedu). É uma mistura de comédia com terror. O demônio diz que ela tem que matar três pessoas, uma por dia, ou o mundo vai terminar em chamas.
A série está na Streamberry, ou melhor, Netflix.
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