Avatar: O Caminho da Água (Avatar: The Way of Water, 2022). Dir: James Cameron. Disney+. O filme tem três horas e quinze minutos de duração que, confesso, assisti em três capítulos de uma hora, como uma série de TV. James Cameron lançou o primeiro Avatar em 2009, tanto tempo atrás, cinematograficamente falando, que sinceramente não imaginei que alguém ainda estivesse interessado no tema. Cameron tem a habilidade de provar que a gente está errado e, quem diria, muita gente foi assistir a esta continuação; não só isso, esses dias a Disney anunciou que o último filme da saga (a quinta parte, creio) vai ser lançada em 2031.
Ok, quanto ao filme. "O Caminho da Água" me pareceu mais um documentário da National Geographic sobre a vida marítima do planeta Pandora do que um filme de ficção. Há uma trama (bem leve) dramática, mas Cameron está tão apaixonado por seu planeta (e pelo aparato tecnológico necessário para criá-lo) que grande parte das três horas de filme é composta por longas sequências passadas nos oceanos de Pandora, observando sua vida marinha, seres que piscam e brilham no escuro, ou gigantescos animais chamados Tulkun, ou seres híbridos (marinhos e aéreos), que os habitantes usam para se locomover, etc. Há também todo um lado "espiritual" de propaganda do Boticário sobre a "Grande Mãe", e a comunhão entre todos os seres, e como o ser humano (chamado de Sky People) é uma espécie de praga que destrói tudo que toca.
O visual é realmente impressionante. A computação gráfica hoje pode criar qualquer coisa que você imaginar e Pandora é visualmente rica, cheia de cenários grandiosos, eclipses no céu e paisagens submarinas. Em meio a tudo isso, Cameron tem que contar uma história, que é bem simples; o vilão do primeiro filme (interpretado por Stephen Lang) está de volta a Pandora, só que agora habitando um corpo azul dos Na´vi, e ele jurou vingança contra Jake Sully. Jake pega a família e sai da região de florestas vista no primeiro filme e vai para a região aquática. Zoe Saldaña, que faz a esposa Na´Vi de Jake, Neytiri, fala bem pouco durante todo o filme (imagino que ela estava ocupada com outras produções e só seu avatar, literalmente, aparece aqui).
Cameron sabe criar boas cenas de batalha e perseguição e a hora final é composta por uma longa cena de luta. Há vários momentos em que ele recicla filmes anteriores, como "Titanic" (quando um grande navio militar está afundando e os personagens estão presos dentro) ou "Exterminador do Futuro" (o cenário clichê de luta em um ambiente escuro e industrial). Vale a pena assistir? Confesso que tive zero vontade de ver nos cinemas. Na TV, como disse, vi em capítulos. É visualmente bem feito e, naquele modo National Geographic de ser, tem belas imagens submarinas. Mas mal me lembro do nome dos personagens e, sinceramente, não me deixou com vontade de ver o que vai acontecer em seguida. Disponível na Disney+.
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