Deixe-o Partir (Let him go, 2020). Dir: Thomas Bezucha. Netflix. Pelo título, capa e sinopse, "Deixe-o partir" parece uma daqueles dramalhões para se assistir em um sábado à noite, cheio de lágrimas e lições de vida. Na verdade, o filme é uma espécie de Western moderno, passado nos anos 1960, com um elenco encabeçado por um sóbrio Kevin Costner e por Diane Lane (curiosamente, os dois interpretaram os pais adotivos do Superman de Henry Cavill). Costner e Lane são um casal entrando na terceira idade que têm um rancho onde criam cavalos. O filho mais velho morre em um trágico acidente, deixando uma jovem esposa e um garotinho, Jimmy, para trás.
Alguns anos depois, a viúva se casa de novo com um rapaz chamado Donnie Weboy (Will Brittain), que não é coisa boa. O rapaz bate na esposa e no enteado pequeno, para desespero de Diane Lane, avó do menino. Um dia ela vai visitá-los e descobre que eles desapareceram sem dar notícia. Lane volta para casa, arruma uma mala grande para ela e para o marido. "O que você pretende fazer?", pergunta Costner. "Vou pegar meu neto", responde a mulher. Começa assim um "road movie" em que o velho casal vaga pelo meio oeste americano em busca da nora e do neto. As poucas notícias que eles encontram sobre a família Weboy não são boas. Costner tenta dissuadir a mulher, alegando que a mãe do menino nunca vai deixá-lo partir. Ela é irredutível.
Não vou revelar o que acontece depois, mas o filme se torna cada vez mais sombrio e pesado. A atriz Lesley Manville está ótima com uma matriarca que parece ter saído de algum Western antigo. Há ecos de John Ford e dos irmãos Coen. A fotografia é sombria e o filme tem boa trilha sonora de Michael Giacchino. Kevin Costner e Diane Lane estão ótimos como o velho casal. Tá na Netflix.
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