domingo, 1 de janeiro de 2023

Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo (Everything Everywhere All at Once, 2022)

Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo (Everything Everywhere All at Once, 2022). Dir: Dan Kwan e Daniel Scheinert. Escolha bem maluca para inaugurar o ano, mas vamos lá. Este filme foi um sucesso inesperado em 2022, feito com um orçamento (relativamente) pequeno (25 milhões de dólares), "Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo" desbancou outro filme sobre "multiversos", "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", que deve ter custado umas dez vezes mais. Não há dúvidas de que ele é bem melhor do que o mastodonte da Marvel (o que não quer dizer muita coisa).


"Tudo em Todo Lugar..." traz a grande Michelle Yeoh como Evelyn, a simples dona de uma lavanderia, nos EUA. Ela tem um marido "fofo", Waymond (Ke Huy Quan, de "Indiana Jones e o Templo da Perdição" e "Os Goonies", lembram dele?), uma filha que ela considera problemática, Joy (Stephanie Hsu), que tem uma namorada, Becky (Tallie Medel). A lavanderia está passando por problemas com o imposto de renda. Para complicar, o pai de Evelyn, interpretado pelo grande James Hong, está na casa de Evelyn e traz a tona vários traumas do passado. Tudo isso é pano de fundo para a maluquice que acontece em seguida: Evelyn é visitada por "outra versão" do marido que diz que é de outro Universo. Ele lhe diz que todos estão em perigo por causa de um grande mal que surgiu no multiverso e que ela, Evelyn, é a única que pode salvar a todos.

Lembra alguma coisa? Pois é, é basicamente "Matrix", mas ao invés de estarem todos vivendo uma simulação de computador, o filme mostra como todos vivem em Universos paralelos. O conceito não é novo (e está na moda ultimamente), mas o roteiro mirabolante (e a brilhante edição) conseguem manter as coisas relativamente fáceis de entender. A personagem de Yeoh é vista como uma simples mãe, ou como uma cantora lírica, ou como uma estrela de cinema, ou como uma mestre de kung-fu, entre várias outras versões diferentes. No centro disso tudo há uma história bem simples que, a propósito, também está na moda ultimamente: o conflito entre uma mãe chinesa e sua filha (isso foi visto nas animações "Red: Crescer é uma Fera" e em "A Caminho da Lua" e no filme "A Despedida", entre outros). Em todos estes multiversos há a preocupação da personagem de Yeoh com a segurança da filha, Joy. O final, a bem da verdade, é até piegas (embora bem intencionado). "Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo" figurou em várias listas de melhores do ano de 2022 e há até um burburinho sobre sua presença no próximo Oscar. Disponível, para alugar, em vários serviços de streaming. PS: desnecessário dizer que ele tem vinte minutos a mais do ideal, mas isso tem sido regra ultimamente, rs.

Nenhum comentário: