Robert Downey Sr. (Sr., 2022). Dir: Chris Smith. Emocionante documentário sobre o pai do Homem de Ferro, ou melhor, Robert Downey Jr. Cineasta alternativo (e meio maluco), Downey Sr. começou a fazer filmes nos anos 1960, com quase nenhum dinheiro, sem roteiro e com atores amadores. O primeiro filme, baseado no mito de Édipo, era sobre um cara que se casava com a própria mãe. Ele ganhou fama de cineasta "cult" e viveu de filme em filme, chegando a fazer longas metragens em 35mm que renderam algum dinheiro e público. Em meio a isso tudo havia um garoto chamado Robert Downey Jr., que cresceu em sets de filmagens, foi apresentado à bebida e drogas cedo e se tornaria um dos maiores exemplos de "volta por cima" do cinema.
Tudo isso é mostrado, meio aos trancos e barrancos, em um documentário com uma estrutura bem livre (assim como os filmes de Downey Sr.). O ator mais bem pago do cinema, Robert Downey Jr. resolveu tentar conhecer melhor o pai colocando uma equipe de filmagem atrás dele por três anos. "É assim que sempre fizemos na minha família", ele explica ao psicólogo em uma cena. "Havia sempre uma câmera 16mm na nossa cara e, 40 anos depois, tentávamos dar algum sentido àquilo". O resultado é um documentário que, aos poucos, vai te conquistando. O velho é uma figura, sempre com um sorriso maroto e imaginando a próxima cena. Downey Jr., um dos caras mais carismáticos do planeta, se torna meio garoto quando está perto do pai (como todos os filhos), e tenta não só contar a história do velho como entender a própria.
O filme toma ares mais sérios conforme a doença do pai (mal de Parkinson) vai se agravando e fica claro que ele não vai viver por muito tempo. O documentário é uma mistura de cine verdade com terapia familiar, entrecortado por cenas dos filmes (malucos) do pai e entrevistas com algumas pessoas de fora (como o ator Alan Arkin e o produtor Norman Lear, que está com 100 anos). Tudo em belo preto e branco. Tá na Netflix.
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