As Linhas Tortas de Deus (Los renglones torcidos de Dios, 2022). Dir: Oriol Paulo. Netflix. Se eu tivesse ganhado um real para cada pessoa que me falou deste filme eu estaria rico, rs. "As Linhas Tortas de Deus" é mais um filme do espanhol Oriol Paulo, especialista em suspenses confusos e cheios de reviravoltas como "Um Contratempo", "O Corpo" e a série "O Inocente". Ele dirige bem e sabe criar suspense; o problema é que suspense pelo suspense, sem uma conclusão, é masturbação cinematográfica; não é porque você não entendeu um filme que ele necessariamente tenha um roteiro inteligente... enfim.
Alícia (Bárbara Lennie) é uma mulher bonita que é internada em um sanatório. A chegada dela é acompanhada de uma carta do médico dizendo que ela é extremamente inteligente e ardilosa. Quando pega na mentira, ela rapidamente sabe criar uma explicação. Ela é acusada de tentar envenenar o marido, mas ela diz que ele só se interessa pela fortuna dela. Alícia então começa a dizer que, na verdade, é uma detetive particular que está ali para desvendar a morte de um interno. O diretor do sanatório (Eduard Fernández) diz que ela é perigosa e está mentindo. Os outros médicos e enfermeiros não têm tanta certeza.
Tudo isso é contado em uma série de sequências que incluem longos flashbacks (reais ou não) de Alícia investigando o caso. Já outras sequências mostram as mesmas cenas, mas do ponto de vista de uma Alícia doente, com problemas mentais. Há clara influência de "Ilha do Medo", de Martin Scorsese, em que Leonardo DiCaprio vai investigar o desaparecimento de uma mulher em um sanatório. Muita gente adorou "As Linhas Tortas de Deus", o que é ótimo, mas confesso que não é meu tipo de filme. Oriol Paulo é mestre em criar belos castelos de cartas que parecem bonitos e intrigantes, mas que podem cair em um sopro. O final pode querer dizer várias coisas, dependendo do que você acredita que aconteceu (isso depois de duas horas e trinta e cinco minutos de filme). Afinal, ela é maluca ou não? Depende. E é isso. Tá na Netflix.
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