"Undone" é uma série incrível. Confesso que não a conhecia e assisti aos oito episódios da primeira temporada quase que de uma vez só. São episódios curtos (por volta de 25 minutos), muito bem escritos e feitos com várias técnicas de animação. A trama é tão "maluca", com viagens no tempo, alucinações, transformações, etc, que a animação funciona melhor do que se a série tivesse sido feita de forma "realista". A técnica mais usada é a da rotoscopia, que consiste em gravar atores "de verdade" interpretando seus papéis e, depois, os animadores desenham "por cima" das imagens. A técnica é antiga e já foi usada desde animações tradicionais da Disney a filmes mais experimentais como "Waking Life" (2001) e "O Homem Duplo" (2006), de Richard Linklater. Em "Undone" a técnica é tão detalhada que podemos claramente ver as expressões dos atores e, depois de um tempo, você esquece que está vendo uma "animação".
Criada por Kate Purdy e Raphael Bob-Waksberg, a trama de "Undone" levanta ideias metafísicas que são, o tempo todo, questionadas e comparadas com questões de saúde mental. A avó de Alma foi considerada "louca" e internada, mas quem sabe ela simplesmente via as coisas de outra forma? Os roteiros também misturam elementos dos povos antigos da América; a família de Alma é descendente de mexicanos e há um forte senso religioso tanto no catolicismo da mãe quanto nos aparentes "poderes" de Alma (que estariam ligados a seus ancestrais).
Ou, talvez, tudo não passe de uma "loucura" na cabeça de Alma. É uma viagem. Disponível na Amazon Prime Video (inclusive a segunda temporada, que vou ver em seguida).
Nenhum comentário:
Postar um comentário