Andor (2022). Dir: Tony Gilroy. Disney+. Escrevendo sobre algumas séries e filmes que vi este ano antes que ele acabe. "Andor" é, de longe, a melhor série baseada no universo Star Wars já feita. Esqueça fan service desnecessário, esqueça piadinhas bobas, esqueça até dos Jedi e dos sabres de luz. Não deveria ser surpresa, pois ela é baseada no melhor filme derivado de Star Wars, "Rogue One", dirigido por Gareth Edwards em 2016. O ás na manga aqui está no roteirista/produtor/diretor Tony Gilroy; diz a lenda que Gilroy resgatou "Rogue One", que tinha um roteiro perdido e sem foco, reescrevendo grande parte do filme e criando um final emocionante. Deu certo.
"Andor" volta alguns anos na história de "Rogue One" e apresenta o surgimento de um de seus heróis, Cassian Andor (Diego Luna), que está mais para um anti-herói, na verdade. Andor é um órfão que vive de golpes e pequenos roubos. Ele não tem aquele ar "perfeito" de um Luke Skywalker, muito pelo contrário. Como visto em "Rogue One", ele não pensa duas vezes antes de matar alguém a sangue frio, se isso for necessário. A série também foca no início da Rebelião contra o Império, uma época entre os três primeiros episódios de Star Wars e a trilogia composta por "Uma Nova Esperança", "O Império Contra-Ataca" e "O Retorno de Jedi".
A Rebelião é representada por um ótimo novo personagem, Luthen, interpretado pelo grande Stellan Skarsgård. Luthen é idealista, mas é também um personagem bastante ambíguo. Curiosa a participação de uma personagem secundária dos filmes originais, a Senadora Mon Mothma (Genevieve O'Reilly), que é colocada em evidência aqui. A série é bastante "pé no chão"; há a sensação (bem-vinda) de que personagens importantes podem morrer a qualquer momento. A série, com 12 episódios, é dividida em alguns "blocos"; há uma história que parece ter saído diretamente de algum filme de 2ª Guerra Mundial (tipo "Comando 10 de Navarone"), quando Andor se junta a um grupo que pretende atacar uma represa e roubar uma fortuna do Império. Há também um "bloco" passado em uma prisão em que conhecemos outro bom personagem, Kino Loy, interpretado por Andy Serkis (a voz de Gollun, de "O Senhor dos Anéis"). Há episódios que lidam com os bastidores da política em Coruscant, a capital do Império, em que vemos a senadora Mothma tentando levantar dinheiro para a Rebelião; e assim por diante.
Como disse, não há em "Andor" espaço para aparições de Darth Vader ou Obi-wan Kenobi. Não há versões fofinhas de um bebê Yoda. Não há cenas com Luke Skywalker rejuvenescido em computação gráfica. O que temos é uma série com roteiros sólidos, boas interpretações e a sensação de que há realmente algo em jogo. Muito bom. Disponível na Disney+.
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