sábado, 31 de dezembro de 2022
Better Call Saul (2015-2022)
Trem Bala (Bullet Train 2022)
quinta-feira, 29 de dezembro de 2022
Glass Onion: Um Mistério Knives Out (Glass Onion: A Knives Out Mystery, 2022)
Assim, "Glass Onion" é maior em absolutamente tudo quando comparado ao pequeno e charmoso filme anterior. Como diz o ditado popular, porém, tamanho não é documento. Enquanto "Entre facas e segredos" se passava em uma casa, em um ambiente mais "íntimo", "Glass Onion" exibe o orçamento inflado em tudo; a ação agora se passa em uma luxuosa ilha privada na Grécia, propriedade de um bilionário interpretado por Edward Norton. Ele convida para sua mega mansão um grupo de amigos compostos por uma política (Kathryn Hahn), um cientista (Leslie Odom Jr.), um youtuber (Dave Bautista), uma influencer da moda (Kate Hudson) e uma ex-sócia (Janelle Monáe). Claro que o detetive Benoit Blanc, interpretado por Daniel Craig de forma ainda mais afetada, também aparece para a festa.
A influência ainda é a escritora Agatha Christie, que escreveu o clássico "O Caso dos Dez Negrinhos", livro de 1939 em que um grupo de pessoas é convidado por um homem misterioso para passar um final de semana em uma ilha. "Glass Onion" é divertido, tem bom elenco e é muito bem filmado, mas acho que algo se perdeu no meio do caminho. Como disse, o charme inglês do filme de suspense anterior dá lugar a um cenário ensolarado, personagens histéricos e uma mansão digna de um vilão de James Bond (olá, Daniel Craig). A personagem mais interessante é a interpretada por Janelle Monáe, que está ótima. Daniel Craig está claramente se divertindo no papel, bem diferente do seu 007. Tecnicamente, direção de fotografia e direção de arte são ótimos, e há uma sequência passada no claro/escuro da mansão que é muito bem feita. Só que o filme tem 30 minutos além do necessário (coisa comum hoje em dia) e o roteiro substitui suspense por histeria e muita pirotecnia. Tá na Netflix.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2022
Andor (2022)
Eles não envelhecerão (They Shall Never Grow Old, 2018)
sábado, 17 de dezembro de 2022
Pinóquio (Guillermo del Toro's Pinocchio, 2022)
A animação é brilhante, feita com bonecos articulados e todo tipo de técnica, como substituição de rostos (as expressões de Pinóquio são todas "duras", apropriado para um boneco de madeira) ou bonecos articulados nos mínimos detalhes, como Gepeto. Há também cenários belíssimos e algumas cenas complementadas com elementos em computação gráfica, mas o "coração" do filme é todo feito à mão (com mostra um "making of" na mesma Netflix).
O roteiro mistura elementos infantis e até cenas musicais com temas mais pesados como o crescimento do fascismo na Itália e os efeitos das duas guerras mundiais no Século XX (Gepeto perde o filho Carlo, de 10 anos, em um bombardeio na I Guerra Mundial). O trabalho de vozes também é muito bom. Gepeto é interpretado por David Bradley e o vilão Volpe é feito por Christoph Waltz. Ewan McGregor faz um Grilo tão bom que Del Toro aumentou a importância do personagem durante a produção. O resto do elenco ainda conta com as vozes de John Turturro, Ron Perlman, Finn Wolfhard e até a grande Cate Blanchett fazendo um macaco. A trilha é de Alexandre Desplat.
Não é uma obra prima como "O Labirinto do Fauno" (2006), mas trata de vários dos mesmos temas e tem um visual de encher os olhos. Tá na Netflix.
Undone (2019)
"Undone" é uma série incrível. Confesso que não a conhecia e assisti aos oito episódios da primeira temporada quase que de uma vez só. São episódios curtos (por volta de 25 minutos), muito bem escritos e feitos com várias técnicas de animação. A trama é tão "maluca", com viagens no tempo, alucinações, transformações, etc, que a animação funciona melhor do que se a série tivesse sido feita de forma "realista". A técnica mais usada é a da rotoscopia, que consiste em gravar atores "de verdade" interpretando seus papéis e, depois, os animadores desenham "por cima" das imagens. A técnica é antiga e já foi usada desde animações tradicionais da Disney a filmes mais experimentais como "Waking Life" (2001) e "O Homem Duplo" (2006), de Richard Linklater. Em "Undone" a técnica é tão detalhada que podemos claramente ver as expressões dos atores e, depois de um tempo, você esquece que está vendo uma "animação".
Criada por Kate Purdy e Raphael Bob-Waksberg, a trama de "Undone" levanta ideias metafísicas que são, o tempo todo, questionadas e comparadas com questões de saúde mental. A avó de Alma foi considerada "louca" e internada, mas quem sabe ela simplesmente via as coisas de outra forma? Os roteiros também misturam elementos dos povos antigos da América; a família de Alma é descendente de mexicanos e há um forte senso religioso tanto no catolicismo da mãe quanto nos aparentes "poderes" de Alma (que estariam ligados a seus ancestrais).
Ou, talvez, tudo não passe de uma "loucura" na cabeça de Alma. É uma viagem. Disponível na Amazon Prime Video (inclusive a segunda temporada, que vou ver em seguida).