quarta-feira, 30 de novembro de 2022

As Nadadoras (The Swimmers, 2022)

 
As Nadadoras (The Swimmers, 2022). Dir: Sally El Hosaini. Netflix. Incrível história real de duas irmãs que fugiram da Síria em guerra para tentar chegar à Europa em 2015, "As Nadadoras" é uma mistura de filme de guerra, fuga e superação pelo esporte. As irmãs Sara e Yusra Mardini são interpretada por duas irmãs de verdade, Manal e Nathalie Issa, o que traz mais autenticidade à relação das duas. Sara e Yusra nadam desde crianças, por causa da ambição e sonhos do pai (interpretado por Ali Suliman), que havia sido um nadador mas que parou por causa do serviço militar.

Com o início da guerra civil na Síria, as garotas veem colegas sendo mortos todas as semanas em bombardeios; elas decidem tentar fugir para a Alemanha, de onde poderiam (supostamente) trazer o resto da família. A trama é baseada na história real das garotas, que atravessaram grande parte da viagem para a Grécia nadando fora de um pequeno bote lotado de refugiados. A cada ponto da jornada elas encontram pessoas que tanto podem estar tentando ajudar como se aproveitar delas.

(ALERTA DE SPOILERS) O filme é um pouco longo demais e achei que fosse terminar em vários momentos. A chegada à Alemanha não representa o fim da jornada. A jovem Yusra não esqueceu do treinamento de natação e ainda sonha em chegar às Olimpíadas do Rio, em 2016. Não sabia nada sobre a história e foi curioso ver o filme partir da Síria e acabar no Rio de Janeiro (há algumas cenas das olimpíadas recriadas em estúdio). Bom filme. Tá na Netflix.

sábado, 26 de novembro de 2022

À procura do amor (Enough said, 2013)

 
À procura do amor (Enough said, 2013). Dir: Nicole Holofcener. Star+. Comédia romântica que tem a triste honra de ser um dos últimos filmes do ator James Gandolfini, que morreu de ataque cardíaco com apenas 51 anos. Gandolfini ficou famoso interpretando o mafioso Tony Soprano na série da HBO e ficou meio marcado pelo papel; aqui ele mostra um lado totalmente diferente, vulnerável, carinhoso. Roteiro e direção são de Nicole Holofcener, que se especializou em um tipo de comédia romântica mais inteligente que a média (como "Amigas com dinheiro", de 2006, e "Gente de bem", 2018).

Julia Louis-Dreyfus (a Elaine de "Seinfeld") é Eva, uma mãe divorciada que está passando por aquele drama bem americano; a filha está de partida para a faculdade, o que nos EUA significa sair de casa e praticamente cortar os laços com a família. Eva é massagista e carrega uma mesa de massagem para cima e para baixo em Los Angeles. Em uma festa, ela conhece um homem divorciado chamado Albert (Gandolfini), que é careca, gordo e meio desleixado. O fato de que ele também tem uma filha partindo para a faculdade acaba aproximando os dois, que engatam um romance inesperado. Na mesma festa, Eva conhece uma mulher misteriosa interpretada por Catherine Keener (de outros filmes com Holofcener), que se torna sua cliente de massagem.

Há algumas reviravoltas dignas de um "sitcom" mas, no geral, o roteiro é bom e o elenco tem coadjuvantes como a ótima Toni Collette. A trama da mãe sofrendo com a partida da filha para a faculdade foi reciclada por Holofcener na série "Mrs. Fletcher", da HBO, com Kathryn Hahn. Visto na Star+.

sábado, 19 de novembro de 2022

O Milagre (The Wonder, 2022)

 
O Milagre (The Wonder, 2022). Dir: Sebastián Lelio. Netflix. Em 1862, uma enfermeira e uma freira são chamadas para observar uma menina que não come há quatro meses. "Por que chamaram uma freira?", pergunta a enfermeira. "Bem vinda à Irlanda".

Não sabia nada sobre "O Milagre", filme que estreou esses dias na Netflix e traz a grande Florence Pugh ("Não se preocupe, querida") como uma enfermeira inglesa chamada Lib Wright. Ela é contratada pelo comitê de uma pequena vila irlandesa para observar uma garota chamada Anna (Kíla Lord Cassidy). A menina é considerada milagrosa pela vila por, supostamente, conseguir viver sem se alimentar. "Imagino que ela esteja de cama", diz a enfermeira. Só que não é este o caso; a menina parece saudável e disposta. Ela mora com a família em uma casa afastada. Florence Pugh, atriz cuja carreira está em ascensão, está ótima como uma mulher prática e cética, mas que carrega uma perda pessoal. Ela não acredita em milagres e acha que a menina está sendo alimentada às escondidas. "Eu me alimento de maná do céu", diz a garota, que é religiosa fervorosa. A família também acredita em um milagre. O médico (Toby Jones) tem teorias pseudocientíficas sobre "magnetismo" ou "alimentação pela luz". Só um jornalista (Tom Burke) compartilha o ceticismo da enfermeira, mas mesmo ela parece começar a acreditar na garota.

Não vou dar spoilers sobre a trama, mas este é um filme que discute os conceitos de "verdade", "fé" e da importância de se contar histórias. O início de "O Milagre" se passa em um set de filmagens que mostra os cenários do filme que estamos para assistir. Uma narradora diz que "os personagens desta história acreditam nela firmemente". Assim, há uma verdade por trás da história de Anna (que é bastante emocionante), mas as pessoas vão acreditar no que quiserem acreditar. "O Milagre" acaba nos mostrando como um comitê de homens, na Irlanda que havia acabado de passar por uma fome histórica, ficou observando uma garota ficar sem comer por semanas.

A fotografia de Ari Wegner (de "Ataque dos Cães"), é belíssima, assim como a estranha trilha sonora de Matthew Herbert. Filmão. Tá na Netflix.

Zen – Grogu and Dust Bunnies (2022)

 
Zen – Grogu and Dust Bunnies (2022). Dir: Katsuya Kondo. Disney+. Semana passada a internet estava ansiosa por causa de alguns teasers publicados pelo lendário Estúdios Ghibli que acenavam para uma parceria com a Lucasfilm (Disney). Havia até uma foto que mostrava uma estátua do Mestre Yoda, em primeiro plano, e de Hayao Miyazaki, embaçado, ao fundo.


A verdade é que houve, sim, uma parceria, mas para um simples curta-metragem estrelado por Grogu (Baby Yoda, para os íntimos) e aqueles personagens de pó que apareceram em "Meu Amigo Totorô" (1988) e "A Viagem de Chihiro" (2001). O curta é dirigido e desenhado por Katsuya Kondo, que trabalha há anos na Ghibli e foi diretor de animação de longas como "O Serviço de Entregas da Kiki" (1989) e "Ponyo: Uma Amizade que Veio do Mar" (2008).

É bem bonitinho e, como diz o título, "zen". É desenhado à mão com traços simples, sobre um fundo genérico. A trilha sonora é do músico de "The Mandalorian", Ludwig Göransson, e poderia ser muito melhor (estou com vontade de fazer uma edição aqui com as trilhas do mestre Jou Hisaishi, rs). Não sei se mais parcerias vão acontecer, mas uma porta foi aberta. Disponível na Disney+.

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Medieval (2022)

Medieval (2022). Dir: Petr Jákl. Netflix. Filme tcheco falado em inglês e com atores hollywoodianos, "Medieval" é uma espécie de "Coração Valente" com toques de "Gladiador". A trama é um tanto confusa, aquele tipo de filme que, de tanto em tanto tempo, você se pega perguntando "Quem é esse cara mesmo?".

Europa, início do século 15; o grande Michael Caine, em uma narração, conta como a Igreja está com problemas. Dois papas foram oficialmente anunciados (um em Roma, outro na França) e o rei Wenceslau da Boêmia (antiga República Tcheca) tem que ir a Roma para ser coroado imperador. Ben Foster é um mercenário chamado Jan Žižka; ele é contratado para sequestrar a Lady Catarina (Sophie Lowe), que seria usada para forçar o apoio de um nobre ao novo rei. Complicado? Pois é.

Toda a parte política serve de pano de fundo para sangrentas batalhas corpo a corpo. A câmera adora pegar em detalhes cenas de membros decepados e cabeças cortadas. O roteiro tenta, em vão, criar algum "romance" entre o mercenário Jan e Lady Catarina. Ben Foster é um ótimo ator, mas seu personagem é monossilábico demais para ser o líder popular que o filme quer que ele seja. Há vários ecos de cenas de "Coração Valente" e batalhas de "Gladiador", mas sem o carisma de um Mel Gibson ou Russell Crowe. Michael Caine melhora o nível do filme em todas as cenas que participa e "Medieval" tem vários bons momentos, mas poderia ser bem melhor. Tá na Netflix.

domingo, 13 de novembro de 2022

Um lugar bem longe daqui (Where the Crawdads Sing, 2022).

Um lugar bem longe daqui (Where the Crawdads Sing, 2022). Dir: Olivia Newman. HBO Max. Típico "filme de Supercine", rs, "Um lugar bem longe daqui" é baseado em um bestseller de Delia Owens. Kya Clark (Daisy Edgar-Jones) é uma garota que mora em uma cabana no pântano, na Carolina do Norte. Ela é chamada de "Menina do Brejo" pelos habitantes da cidade vizinha, que sempre a trataram mal. Garotos de bicicleta descobrem o corpo de um rapaz no brejo e, claro, a garota é acusada de matá-lo. Nem fica muito claro se houve um crime ou se o rapaz simplesmente sofreu um acidente, mas a garota é presa e a trama se torna um filme de tribunal.

Longos flashbacks mostram como Kya, quando criança, sofreu nas mãos de um pai abusivo. A mãe, as irmãs e o irmão vão embora, um a um (sem nem se preocupar com a irmã mais nova?) e a criança, sozinha, aprende a se manter vendendo mariscos, que caça todas as manhãs. Quando adulta, Kya é interpretada pela inglesa Daisy Edgar-Jones, que mais parece uma boneca de porcelana do que com uma mulher que passou a vida inteira trabalhando sob o Sol. Com a ajuda de um rapaz, Tate (Taylor John Smith), ela não só aprende a ler e a escrever como consegue, nos anos 1960, publicar um livro sobre os animais e plantas da região (com ilustrações em aquarela e nome em latim e tudo). Detalhe: ela faz isso tudo por correspondência (home office?), sem nunca encontrar os editores. De uma cabana. No pântano.

Ah, sim, o filme de tribunal. O grande David Strathairn se oferece para ser o advogado na moça, mas o caso era tão sem fundamento, desde o início, que fica difícil se importar muito com o resultado. Uma das produtoras é a atriz Reese Whiterspoon, que comprou os direitos do livro (que vendeu 12 milhões de cópias). A adaptação para o roteiro foi escrita por Lucy Alibar, que escreveu outro livro sobre uma garota crescendo no brejo, "Indomável Sonhadora" (2012). Para passar o tempo. Disponível na HBO Max.

terça-feira, 8 de novembro de 2022

Não se Preocupe, Querida (Don´t Worry Darling. 2022)


Não se Preocupe, Querida (Don´t Worry Darling. 2022). Dir: Olivia Wilde. HBO Max. Alice (Florence Pugh) vive a vida perfeita. Ela mora em uma comunidade planejada em algum lugar ensolarado do oeste americano. Tem uma casa enorme, que ela mantém sempre limpa e arrumada. Ela é casada com Jack (Harry Styles), um rapaz bonito que a ama e, todas as manhãs, sai para trabalhar em seu carrão colorido. Todos os maridos da vizinhança saem para trabalhar na mesma hora, se despedindo das esposas perfeitas e sorridentes. Eles trabalham em um "projeto secreto" em um lugar chamado "Victory". É o sonho americano concretizado. Claro que alguma coisa está errada.

"Não se preocupe, querida" chega à HBO Max depois de um tempo nos cinemas e uma campanha publicitária mais preocupada com as fofocas de bastidores do que com o roteiro. Talvez porque as fofocas fossem melhores. Não que o filme seja ruim, pelo contrário. Tecnicamente, é lindo. Os cenários, figurinos e fotografia parecem uma versão para cinema da série Mad Men (Don Draper se sentiria em casa naqueles cenários). Florence Pugh está excelente. O problema é que, em pleno 2022, nós já vimos episódios de Black Mirror e filmes de Shyamalan o suficiente para adivinhar o que está acontecendo. Quando o final chega, ao invés de "uau", nós apenas dizemos "ah...ok". O roteiro abre, sim, discussões sobre o patriarcado e a visão masculina do mundo (os anos 60 mandaram lembrança). É tudo tão bem feito e interpretado que você não deixa de prestar atenção. Mas... é só isso.

Infelizmente, fica difícil competir com as semanas de intrigas de bastidores que estavam na internet o tempo todo. Se Harry Styles tinha ou não cuspido em Chris Pine em uma exibição do filme. Se Florence Pugh odiava a diretora Olivia Wilde ou só decidiu se afastar das entrevistas. Se Shia LaBeouf havia sido demitido mesmo do filme (como afirmava Wilde) ou não (como os áudios dele provavam). Se Olivia Wilde estava ou não tendo um caso com Harry Styles. E assim por diante. Para quem estiver interessado no filme, está disponível na HBO Max. 

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

The Looming Tower (2018)

 
The Looming Tower (2018). Criada por Dan Futterman, Alex Gibney e Lawrence Wright. Amazon Prime Video. Minissérie muito boa em dez capítulos que mostra os eventos que levaram aos atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York e Washington. Há um bocado de informação nos episódios, mas a conclusão a que se chega é que milhares de pessoas morreram nos atentados mais pela incompetência americana do que pela organização da al-Qaeda, grupo terrorista liderado por Osama Bin-Laden.

Jeff Daniels interpreta um agente do FBI chamado John O´Neill; a história dele é tão bizarra que achei que ele tivesse sido inventado, mas ele realmente existiu. O´Neill tinha bom faro para descobrir terroristas mas não era muito com com a política interna americana. Arrogante e bonachão, ele tinha brigas constantes com um diretor da CIA responsável por uma unidade chamada "Alec Station", que investigava Osama Bin-Laden. Interpretado por Peter Sarsgaard, este diretor da CIA acreditava que o FBI não tinha direito às informações obtidas pela agência, que ele guardada a sete chaves. A minissérie mostra como a inteligência americana tinha conhecimento dos terroristas responsáveis pelo 11 de setembro meses ou mesmo anos antes dos atentados, mas escolheu não divulgar suas descobertas.

Outro personagem importante é o agente Ali Soufan (Tahar Rahim), uma americano-libanês que era dos poucos agentes do FBI que, na época, sabiam falar árabe. A série trata das ações da al-Qaeda que levaram a atentados no Quênia (a explosão da embaixada americana) e no Iêmen (quando explodiram um navio de guerra americano). Todos estes eventos, aparentemente isolados, eram peças de um quebra cabeças desconhecido pelos americanos, acostumados a guerrear com nações, e não com grupos independentes. A série mostra também como os americanos perdiam tempo e espaço da mídia se preocupando com histórias "escandalosas" como o o caso do Presidente Clinton com Monica Lewinsky enquanto que FBI e CIA tentavam descobrir ameaças ao país.

A chegada do Presidente Bush só complicou as coisas. A administração não dava importância aos avisos das agências e, pós 11 de setembro, estava mais interessada em culpar o Iraque de Saddan Hussein. É uma super produção filmada em vários países. Por vezes, as birras entre FBI e a CIA parecem exageradas, mas o capítulo 9 mostra um trecho real da investigação feita depois do atentado e vemos como a série reproduziu fielmente o depoimento absurdo de um diretor da CIA. A série é baseada em um livro de Lawrence Wright. Disponível na Amazon Prime Video.

domingo, 6 de novembro de 2022

Enola Holmes 2 (2022)

Enola Holmes 2 (2022). Dir: Harry Bradbeer. Netflix. Millie Bobby Brown está de volta como a irmã mais nova de Sherlock Holmes (Henry Cavill). É mais do mesmo e eu quase parei de assistir na primeira meia hora. O filme melhora mais para o final (só que, aí, não sabe a hora de terminar, hehe).

O diretor Harry Bradbeer fez a excelente série "Fleabag", com Phoebe Waller-Bridge, e usa alguns dos mesmos truques aqui. Enola frequentemente olha direto para a câmera e fala com o espectador, o que era interessante no primeiro filme mas, aqui, já ficou cansativo. Millie Bobby Brown é ótima e já é uma mulher de 18 anos (o que já ficou aparente há tempos em Stranger Things). Henry Cavill faz, talvez, o Sherlock Holmes mais fortão e com cara de modelo do cinema. Cavill e Brown têm boa "química" e o filme é melhor quando os dois estão em cena.
A trama é confusa e envolve o desaparecimento de uma garota que trabalhava em uma fábrica de fósforos, em Londres. Enola é contratada pela irmã para encontrá-la e, coincidência, o caso dela coincide com uma investigação que Sherlock Holmes está fazendo. Assim com o primeiro, é bastante um "filme de menina", com Bobby Brown interpretando uma adolescente inteligente, geniosa e independente, sim, mas que ainda morre de amores pelo rapaz que conheceu no primeiro filme (Louis Partridge). Há cenas de ação e luta que lembram as versões de Holmes dirigidas por Guy Ritchie, com Robert Downey Jr. Helena Bonham Carter reprisa o papel da mãe dos irmãos Holmes (Sam Claflin, que fazia Mycrof Holmes, não retorna para esta aventura). O elenco é bastante inclusivo, seguindo tendência atual de colocar atores de raças e gêneros diferentes em diversos papéis, o que é interessante.
Enfim, "Enola Holmes 2" está longe de ser necessário, mas é diversão passageira e, sem dúvida, prólogo para outras aventuras que virão por aí. Tá na Netflix.

O Enfermeiro da Noite (The Good Nurse, 2022)

 
O Enfermeiro da Noite (The Good Nurse, 2022). Dir: Tobias Lindholm. Netflix. Baseado em uma história real, este é um bom filme de suspense. É também bastante... comedido. Digo, havia diversas oportunidades na trama para transformá-lo em algo sensacionalista, mas não é este tipo de filme.

Jessica Chastain é Amy, uma mãe solteira que trabalha como enfermeira no período noturno em um hospital particular. Ela é atenciosa com os pacientes, que trata pelo primeiro nome, mas ela própria tem um problema no coração que precisa de atenção médica urgente; ironicamente, ela só vai ter direito a um plano de saúde depois de trabalhar um ano no hospital. É então que chega Charlie (Eddie Redmayne), enfermeiro recém contratado para ajudar Amy; ele é calmo, compreensivo e rapidamente conquista a amizade dela, ajudando-a não só no hospital como em sua vida particular, com as filhas dela.

Só que Charlie não é o que parece. Pacientes começam a morrer inexplicavelmente. A polícia se envolve no caso mas enfrenta resistência do próprio hospital, que tem medo de processos. O detetive interpretado por Noah Emmerich tenta mostrar a Amy que Charlie pode ser responsável pelas mortes; ele havia trabalhado em pelo menos nove hospitais, que simplesmente o demitiram e passaram o problema para o próximo empregador. Parece algo kafkaniano, mas realmente aconteceu. Como disse, o filme poderia partir para cenas de ação, ameaças às filhas de Amy ou coisas do tipo, mas prefere ser comedido e até frio a respeito. O terror fica implícito na ideia de que alguém contratado para cuidar de você, indefeso no hospital, pode ser o responsável pela sua morte. Tá na Netflix.