A Casa do Dragão (House of the Dragon, 2022). HBO Max. Eis que, depois de um final considerado desastroso, "Game of Thrones" está de volta. Não é exatamente "Game of Thrones", mas quase a mesma coisa; lá está a bela abertura com a música de Ramin Djawadi, os cenários medievais, intrigas palacianas, cenas de nudez e sexo, mortes violentas e uns dragões voando. Criada por
Ryan J. Condal e George R.R. Martin, "A Casa do Dragão" tem dez episódios e se saiu bem melhor do que eu esperava. A trama se passa uns duzentos anos antes do nascimento de Daenerys Targaryen (Emilia Clarke), a "mãe de dragões" da série anterior.
Os efeitos especiais são bastante bons, mas fiquei com a impressão de que a série é mais "light" em termos de orçamento. Grande parte dos episódios se passa dentro dos castelos e o foco me pareceu mais nas pessoas (apesar dos dragões) do que em grandes paisagens ou milhares de soldados feitos em computação gráfica. O elenco é ótimo. Há alguns pulos temporais e vários personagens são interpretados por atores e atrizes diferentes, conforme a idade. No elenco fixo, Paddy Considine faz um Rei Viserys muito bom. Quem rouba todas as cenas, no entando, é Matt Smith como o príncipe Daemon Targaryen; ele, que já foi o Doutor em "Doctor Who" e o Príncipe Philip em "The Crown", faz aqui um personagem totalmente sem escrúpulos e que vive conforme as próprias regras.
A série é, também, mais feminina, particularmente focada no enorme fardo (e beleza) da maternidade. Desde o primeiro episódio já vemos uma cena pesada de parto seguida de morte, tema que se repete por toda a temporada. A princesa Rhaenyra Targaryen é interpretada por Milly Alcock, quando criança e por Emma D´Arcy quando adulta. As duas são ótimas (Alcock, particularmente, é uma revelação). Já a Rainha Alicent Hightower é interpretada por Emily Carey quando criança e por Olivia Cooke quando adulta. Às vezes fica meio confuso entender quem é filho, tio, tia ou sobrinho de quem; ainda mais com nomes parecidos e com a mania desse povo de transar/casar com parentes (bem) próximos.
Peter Dinklage faz falta? Sem dúvida. A trama, às vezes, parece uma novela de luxo? Sim. Mas é tudo bem feito e, por enquanto, vale a pena acompanhar. A segunda temporada, pelo jeito, só em 2024. Disponível na HBO Max.
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