Apollo 10 e meio: Aventura na Era Espacial (Apollo 10 1/2: A Space Age Childhood, 2022). Dir: Richard Linklater. Netflix. Animação super nostálgica de Richard Linklater, que tem uma carreira bem eclética (de filmes leves como "Escola do Rock" a animações filosóficas como "Waking Life"). Falando em "Waking Life", em "Apollo 10 e meio" o diretor usou a mesma técnica da rotoscopia para criar a animação; os atores são gravados em carne e osso como em um filme comum e, depois, se desenha e pinta "por cima" da imagem, como em um desenho animado. Aqui o estilo é bem mais realista do que em "Waking Life" e "O Homem Duplo" (também de Linklater); depois de um tempo, aliás, você até se esquece da técnica e sente como se estivesse vendo um filme "normal".
"Apollo 10 e meio" é uma mistura da recriação quase documental da vida de um garoto, Stan, durante os anos 1960, em Houston, com uma fantasia dele. Stan se imagina no lugar dos astronautas da NASA que pousaram na Lua em 20 de julho de 1969. Assim, o filme tem trechos que mostram o garoto viajando no foguete e andando na Lua e, ao mesmo tempo, recria de forma estilizada as imagens reais da época. A história é narrada por Jack Black, na versão adulta de Stan, e o filme lembra um pouco a saudosa série "Anos Incríveis", também passada na mesma época.
Para alguém que, como eu, viu praticamente todas as imagens de arquivo da NASA daquela época, é bastante nostálgico. Fora o fato de que o filme deve apelar para a nostalgia de todos que cresceram em uma época pré-internet e celulares, um tempo de brincar na rua, andar de bicicleta, assistir a séries na TV e sonhar com o futuro. Os EUA e o mundo viviam uma época bem contraditória nos anos 1960, com a ciência prometendo um futuro melhor ao mesmo tempo em que milhares de pessoas morriam na Guerra do Vietnã e estudantes protestavam nas universidades. Tudo isso é visto pelos olhos de Stan e "Apollo 10 e meio" é uma gostosa viagem pela época. Tá na Netflix.
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