O Beco do Pesadelo (Nightmare Alley, 2021). Dir: Guillermo del Toro. Star+. Visualmente belíssimo e com um elenco e tanto, "O Beco do Pesadelo" é, também, depressivo e pesado. A trama já foi contada antes de um filme noir de 1947 e o roteiro é uma adaptação de um livro; mesmo assim, o estilo de Guillermo del Toro está em cada plano magnificamente filmado.
Nos final dos anos 1930, Bradley Cooper é Stanton Carlisle, um vigarista que se junta a uma feira itinerante. O espetáculo de horrores é comandado por Willem Dafoe, excelente, e apresenta shows de vários tipos. Toni Collette e David Strathairn fazem um número de "mentalismo", em que Collette consegue adivinhar os pensamentos da plateia através de códigos secretos. Rooney Mara é a "mulher elétrica". Ron Perlman é o homem mais forte do mundo. Mark Povinelli é o menor homem do mundo. E há o "selvagem", uma figura humana exibida por Dafoe como um animal exótico.
Metade do (longo) filme é passado neste ambiente de circo. Na segunda parte, Bradley Cooper e Rooney Mara partem para a cidade grande e fazem fortuna com um show de mentalismo que atrai a alta sociedade. É então que Cooper se envolve com uma mulher misteriosa (Cate Blanchett), que o apresenta para pessoas ricas que querem se comunicar com parentes mortos. A chance de fazer fortuna mexe com o personagem de Cooper, que ignora alertas da esposa e amigos. O ritmo é bastante lento e del Toro nos transporta para uma época pré-guerra que mistura charlatanismo e misticismo. Bradley Cooper está ótimo como Stan, um "self made man" que entra em um jogo perigoso com a personagem de Blanchett.
O elenco, como disse, é excelente. A todo momento você se surpreende com algum ator famoso fazendo um papel coadjuvante, como Mary Steenburgen, Richard Jenkins, Holt McCallany, Tim Blake Nelson, entre outros. "O Beco do Pesadelo" foi indicado a quatro Oscars e é bonito de se ver, apesar dos temas pesados. O final é ótimo. Disponível na Star+.