Inventando Anna (Inventing Anna, 2022). Netflix. Criada pela celebrada roteirista Shonda Rhimes, "Inventando Anna" é baseada na história real de uma trambiqueira russa chamada Anna Sorokin. Ela chegou em Nova York com sonhos na cabeça e, esperta e com muito senso de moda e negócios, convenceu muita gente da chamada "elite" que ela era uma herdeira alemã, com um fundo de 60 milhões de euros em seu nome que aguardava a liberação do pai.
Na série, Anna é interpretada muito bem por Julia Garner, que está em evidência desde que deu as caras na série "Ozark" (também da Netflix) e alguns filmes, como "A Assistente". "Inventando Anna" até que começa bem e é interessante nos primeiros três ou quatro episódios; o roteiro é uma crítica à sociedade de consumo em que a imagem vale mais do que o conteúdo, e Anna é mestre em passar a imagem certa no lugar certo. O problema é que logo você percebe que o que poderia ser contado em quatro ou cinco episódios é esticado para longos, intermináveis nove episódios de uma hora (ou mais). Confesso que os últimos capítulos eu assisti com o controle remoto na mão, pulando para frente as várias cenas repetitivas. Garner estudou os maneirismos da Anna original e recriou seu estranho sotaque, uma mistura de inglês, alemão e russo, que fica irritante rapidamente.
Pior, o roteiro tenta pintar Anna como uma espécie de vítima da sociedade; há um péssimo episódio em que a jornalista que investiga a história dela, Vivian (Anna Chlumsky), vai até a Alemanha tentar entender o que haveria "por trás" da história da moça, e ficam tentando explicar/justificar os golpes dela com psicologia barata. Vale pelos primeiros episódios (mas se quiser saber como termina, melhor ir na wikipédia do que enfrentar os nove episódios). Tá na Netflix.
Nenhum comentário:
Postar um comentário