Ghostbusters: Mais Além (Ghostbusters: Afterlife, 2021). Dir: Jason Reitman. Claro que este filme está calcado na nostalgia. Isso pode ser encarado de forma cínica ("estamos aqui só para ganhar o dinheiro dos fãs") ou não. Jason Reitman, o diretor e co-roteirista, é filho do diretor do original, Ivan Reitman, e declarou que o filme era uma homenagem ao trabalho do pai. Acho que há um pouco dos dois. O fato é que eu me diverti mais do que estava esperando, o que é ótimo.
Primeira surpresa... Carrie Coon? Ok, se o filme original tinha Sigourney Weaver, este também tem uma atriz e tanto no elenco; Coon faz o papel de Callie, uma mãe divorciada com dois filhos adolescentes que tem que se mudar para uma fazenda no meio do nada porque ela está falida. O pai dela, aos poucos ficamos sabendo, era Egon Spengler (Harold Ramis), um dos "caça-fantasmas" originais. Um dos acertos desta versão foi mudar o cenário urbano de Nova York dos outros filmes para uma paisagem rural. Finn Wolfhard (de Stranger Things) e Mckenna Grace são os adolescentes. Grace interpreta Phoebe, uma precoce garota de 12 anos que é nerd e acha ciência o máximo. O elenco ainda tem o garotão (de 52 anos) Paul Rudd como um sismólogo que está estudando estranhos terremotos que acontecem por ali.
Acho que a nostalgia de Reitman tem mais a ver com os filmes de Spielberg do que com "Ghostbusters", na verdade. Os garotos investigando fenômenos paranormais pela cidadezinha me lembraram filmes como "Os Goonies" ou mesmo "E.T." (recentemente, "Stranger Things" surfou na mesma onda). De vez em quando a gente é lembrado que esta é uma continuação de "Ghostbusters" e alguma referência é jogada na tela... armadilhas para fantasmas, o carro original, "mochilas de protons", etc. Apesar de gostar bastante do filme original de 1984, é fato que o roteiro era uma bagunça e a parte final, que envolvia cães "demoníacos" enviados por um deus sumério e referências "bíblicas" ao fim do mundo, cá entre nós, era uma grande bobagem; isso acontece exatamente igual aqui.
O ato final é praticamente uma recriação do final de "Ghostbusters" e, estranhamente, é o mais fraco. O filme é melhor quando foca nas relações familiares. É até uma surpresa quando os atores originais finalmente dão as caras e até me pergunto se eles eram necessários (há, porém, uma boa homenagem a Harold Ramis, que morreu em 2014). Há duas cenas pós créditos que prometem continuações desnecessárias, mas que você sabe que vão acontecer. Nos cinemas.
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