Anos 90 (Mid90s, 2018). Dir: Jonah Hill. HBO Max. Estreia na direção (e roteiro) do ator Jonah Hill (O Lobo de Wall Street), "Anos 90" é uma visão bem pessoal de um modo de vida anterior às redes sociais (e pré-11 de setembro) dos EUA. Hill fez o filme em 16mm, em formato 4:3, o que lhe dá um ar nostálgico e "cru", que parece um documentário.
Stevie (Sunny Suljic, excelente) é um garoto de 13 anos, de Los Angeles, que mora com a mãe solteira (Katherine Waterston) e o irmão mais velho (Lucas Hedges). A mãe faz o que pode para educar os garotos, mas ainda está meio perdida na vida, e o irmão mais velho surra Stevie sempre que pode. O garoto então passa a frequentar uma loja de skate em que faz amizade com um grupo de "garotos perdidos", alguns bem mais velhos que ele; os rapazes acabam aceitando o garoto no grupo e o iniciam em uma vida que consiste em andar de skate, experimentar drogas, álcool e ir a festas em que Stevie não deveria estar.
O filme foi criticado pela quantidade de palavrões que os garotos falam e até classificado como racista e homofobico (em uma cena, um garoto fala para Stevie que ele parece "gay" por dizer "obrigado" o tempo todo), mas este é um filme passado nos anos 90, retratando um bando de skatistas... imagino que diálogos politicamente corretos eram bastante raros. É um "filme independente" até a medula, com trilha sonora composta por canções da época e fotografia que lembra algo que Gus Van Sant poderia ter feito (pensei também em "Kids", o polêmico filme de Larry Clark sobre adolescentes nos anos 1990).
É curtinho, uma hora e vinte e cinco minutos, e bastante honesto. Disponível na HBO Max.
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