Noções tradicionais de maternidade são atropeladas pela vontade de crescer na carreira e ser "livre", mas como fazer isso com marido e duas filhas pequenas? Leda acaba tomando decisões que, repito, não a tornam muito agradável. "Eu sou muito egoísta", ela acaba confessando a Nina em uma cena. Há também uma trama envolvendo uma boneca que até começa engraçada mas, com o tempo, fica perigosa. O que quer Leda? O filme é mais longo do que o necessário (eu dei uma pausa em um momento e ainda havia uma hora de duração). A fotografia de Hélène Louvart abusa dos closes. A edição do brasileiro Affonso Gonçalves é muito boa; grande parte do filme é contada com olhares e reações e tudo é resultado da boa montagem dos planos. Olivia Colman e Jessie Buckley estão excelentes e, provavelmente, estarão entre as indicadas ao Oscar. Tá na Netflix.
terça-feira, 11 de janeiro de 2022
A Filha Perdida (The Lost Daughter, 2021)
A Filha Perdida (The Lost Daughter, 2021). Dir: Maggie Gyllenhaal. Netflix. Filme de estreia na direção da atriz Maggie Gyllenhaal, "A Filha Perdida" é um drama ambíguo e bastante feminino. O roteiro, adaptado por Gyllenhaal de um livro de Elena Ferrante, trata de uma professora divorciada chamada Leda (a grande Olivia Colman), que vai passar as férias sozinha na Grécia. Leda se instala em um apartamento alugado e está tranquila na praia quando é interrompida pela chegada de uma barulhenta família ítalo-americana. Leda fica interessada na complicada dinâmica entre uma jovem mãe, Nina (Dakota Johnson) e a filha pequena, Elena. Nina não tem um momento de paz e sua relação com a filha desperta memórias dolorosas em Leda, que é especialista em literatura comparada e, quando jovem, também tinha uma relação complicada com duas filhas pequenas, Bianca e Martha.
O filme mistura cenas do presente com flashbacks em que Leda é interpretada por Jessie Buckley, que está ótima. A princípio você não imaginaria que Colman e Buckley pudessem interpretar a mesma pessoa em idades diferentes, mas a sensível direção de Gyllenhaal as faz bastante parecidas. Leda não é uma personagem fácil e o roteiro não tenta deixá-la mais agradável ao espectador.
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