7 Prisioneiros (2021). Dir: Alexandre Moratto. Netflix. Enquanto assistia ao bom "7 Prisioneiros", filme brasileiro na Netflix, me lembrei de "99 Casas", de Ramin Bahrani. Pois bem, Bahrani é um dos produtores de "7 Prisioneiros", junto com Fernando Meirelles (Cidade de Deus). Em "99 Casas", Andrew Garfield era um rapaz que, após ter sido despejado de sua casa e jogado na rua, passou a trabalhar para o homem responsável por isso (interpretado por Michael Shannon); depois de um tempo ele descobriu que era bom no serviço que ele tanto odiava.
Em "7 Prisioneiros", Mateus (Christian Malheiros) é um rapaz do interior que se muda para São Paulo com a promessa de um emprego registrado. Ao chegar a um ferro velho, porém, descobre que ele (e alguns companheiros) são mantidos em regime de escravidão. O chefe, Luca (Rodrigo Santoro), mantém os empregados trancados no ferro velho e os ameaça não só com uma arma, mas com a promessa de que as famílias deles sofreriam caso eles tentassem escapar. O esquema envolve policiais e políticos.
Mateus, que sabe ler e escrever e é mais desenvolto que os companheiros, começa a negociar acordos com Luca, inicialmente para melhorar as condições de trabalho dos companheiros. Com o tempo, porém, ele acaba recebendo mais responsabilidades do chefe e se vê em uma posição de superioridade com relação aos colegas. Ele é um traidor ou apenas alguém tentando melhorar de vida? O filme, dirigido por Alexandre Moratto, mostra um lado das cidades grandes que poucos conhecem (ou querem ver); imigrantes haitianos e coreanos, além de brasileiros do interior, são negociados como escravos em mercados paralelos. Centenas de mulheres trabalham longas horas do dia para costurar roupas para grandes lojas. No "ferro velho" em que Mateus trabalha, carros roubados são desmanchados para virar peças de reposição. "Há muitos como eu por aí?", pergunta Mateus a Luca. "O suficiente para manter a cidade em pé", responde ele. Tá na Netflix.
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