Voyagers (2020). Dir: Neil Burger. Amazon Prime. Ficção-científica adolescente que foi bastante criticada, mas que não achei tão ruim (assisti com zero expectativas). A principal crítica é que o roteiro é basicamente uma versão espacial de "O Senhor das Moscas", livro de William Golding que mostrava o que acontecia a um grupo de crianças que naufragou em uma ilha deserta. Sem orientação de adultos e entregues à "natureza humana", o resultado era bem ruim.
Neste filme, 30 crianças são criadas desde bebês para partir em uma viagem sem volta; eles vão embarcar em uma nave que vai viajar por 86 anos até chegar a um planeta distante, em uma "nave geracional". Se tudo correr bem, só seus netos, nascidos na nave, chegarão ao destino. Richard (um competente Colin Farrell) é o único adulto a bordo. Dez anos depois, a nave é mantida pelos 30 (agora) adolescentes e por Richard. Só que alguns problemas começam a acontecer; os adolescentes descobrem que uma bebida azul, que eles tomavam depois das refeições, era uma droga que inibia o desejo sexual, entre outras coisas (as futuras gerações seriam criadas em laboratório, se dependesse dos cientistas). Eles param de tomar a droga e, aos poucos, começam a agir de forma desinibida, o que gera conflitos, revoltas, ciúmes e atração sexual.
O elenco adolescente é bom (Lily-Rose Depp, filha de Johnny Depp, está no elenco) e o filme tem bom visual e efeitos especiais competentes. O roteiro é um tanto previsível (mesmo para quem não leu "O Senhor das Moscas") mas, como disse, não é um filme ruim. Ele poderia, sim, ser bem mais ousado. A impressão que dá é que o diretor não pode (ou não quis) chocar o público, então o filme fica no meio do caminho quando trata de sexualidade ou violência. Disponível na Amazon Prime.
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