A Última Nota (Coda, 2019). Dir: Claude Lalonde. Netflix. O filme é bonito, muito bem interpretado e, para quem gosta de música clássica, tem bela trilha sonora de Chopin, Beethoven, Bach, Schumann, entre outros. Mas talvez seja comportado demais. O grande Patrick Stewart interpreta um pianista chamado Henry Cole. Ele está de volta aos palcos depois de uma tragédia pessoal mas, mesmo para um músico experiente como ele, não está fácil. Logo na abertura o vemos suando e lutando para chegar ao final de uma apresentação para duas mil pessoas. Seu agente, Paul (o bom Giancarlo Esposito) faz o que pode para tentar acalmá-lo e mantê-lo se apresentando, sem muito sucesso.
É então que entra Helen Morrison (Katie Holmes), uma jornalista do The New Yorker que havia trocado as teclas do piano pelas do computador. Há uma afinidade instantânea entre o velho pianista e a (relativamente) jovem jornalista. Henry promete uma entrevista a ela e os dois passam a se ver frequentemente, trocando histórias, caminhando por parques, restaurantes, hotéis e apresentações de piano. Quando Henry tem crises de pânico antes de tocar, Helen está sempre por perto para acalmá-lo. Não fica muito claro, a princípio, se há um romance entre os dois ou se é uma forte amizade, mas Stewart e Holmes estão à vontade juntos e as cenas entre os dois são bonitas.
O caso é que o roteiro não tem gás suficiente para manter o filme funcionando. É tudo muito bonito, as apresentações de piano são bem feitas e há belas paisagens seja nos EUA ou na Suíça, onde se passa parte do filme. É bastante melancólico também, com citações ao filósofo Nietzsche, Goethe, entre outros. O filme (que certamente não é o "filme Netflix" habitual) parece que vai terminar em várias ocasiões, mas estica além do necessário. Patrick Stewart, como era de se esperar, está excelente. Tá na Netflix.
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