quinta-feira, 15 de abril de 2021

Radioactive (2019)

Radioactive (2019). Dir: Marjane Satrapi. Netflix. Biografia da cientista Marie Curie (Rosamund Pike), a primeira mulher a ganhar não só um, mas dois prêmios Nobel. Pena que o filme seja tão quadradinho. A Marie Curie interpretada por Rosamund Pike tem só dois humores: combativa ou sorridente, não há meio termo. Na tentativa de ser didático, o filme se transforma em um "especial de TV" em momentos em que uma arte em computação gráfica aparece na tela para ilustrar algum conceito científico. Vemos representações de átomos e reações físico-químicas como em algum documentário da BBC, por exemplo, enquanto Marie Curie explica para alguém o que ela está estudando.


Mais estranho ainda são cenas que aparecem do nada mostrando acontecimentos no futuro, envolvendo radiação. O problema é que estas cenas são entrecortadas com os acontecimentos no começo do século XX, e para um desavisado vai parecer que o discurso que Pierre Curie fez ao receber o Prêmio Nobel em 1903 aconteceu ao mesmo tempo que o lançamento da bomba de Hiroshima em 1945, por exemplo. Isso é repetido em outros momentos, aleatoriamente, com recriações de testes nucleares em Nevada nos anos 1950 ou mesmo o desastre nuclear de Chernobyl, em 1986.

Por fim, para uma biografia, há vários problemas históricos. No filme, apenas o marido de Marie, Pierre, vai receber o prêmio Nobel, o que causa uma cena de revolta e ciúmes em Marie. Tenho certeza que Marie Curie sofreu muito preconceito por ser uma mulher, mas por que inventar uma situação que não aconteceu, justamente com o prêmio Nobel? Rosamund Pike faz o que pode com o papel, que é mal escrito. A direção é de Marjane Satrapi, que fez a ótima animação "Persépolis" (2007). Tá na Netflix.

Nenhum comentário: