Ruína
Azul (Blue Ruin, 2013). Dir: Jeremy Saulnier. Ótimo “filme de vingança”
feito praticamente na raça por Saulnier, que escreveu, dirigiu e fez a
belíssima direção de fotografia. Jeremy Saulnier dirigia filmes
comerciais e institucionais de empresas, mas tinha a ambição de dirigir
um filme para cinema. Fez uma comédia de terror independente, que não
deu em nada, em 2007. Resolveu se tornar
câmera e diretor de fotografia de filmes independentes, juntou uma
grana com o fundo de pensão próprio e da esposa, ganhou uns trocados em
uma campanha no Kickstarter e fez “Blue Ruin” com pouco mais de 400 mil
dólares.
O filme é estrelado por Macon Blair, um amigo de infância. Nada
disso transparece no filme, que é extremamente bem feito e
profissional. “Blue Ruin” acabou indo para o Festival de Cannes onde
ganhou um prêmio de crítica. O filme acompanha a vida de Dwight (Macon
Blair), que no início vive como morador de rua em uma cidade de praia.
Ele dorme em um carro todo enferrujado e vive de restos de comida. Um
dia ele fica sabendo que o homem que foi condenado por matar seus pais
vai ser solto da prisão, em Virgínia. Dwight empacota suas coisas, põe o
carro para funcionar, arruma uma arma e volta à sua terra natal para
vingar a morte dos pais.
O que se segue é um suspense sangrento, com
toques de humor negro que me lembraram dos irmãos Coen, realista e
extremamente bem fotografado. Também me pareceu uma crítica à quantidade
de armas que o americano comum tem. Quando tudo for “olho por olho,
dente por dente”, restarão apenas cegos e banguelas.
João Solimeo
Câmera Escura
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