domingo, 2 de março de 2014

Philomena

Em 1951, uma jovem chamada Philomena Lee (Sophie Kennedy Clark) engravidou após um caso passageiro com um rapaz. De família católica, Philomena foi enviada pelo pai a um convento, onde teve um menino chamado Anthony. Philomena foi obrigada a trabalhar praticamente como escrava por quatro anos no convento, para "pagar" a estadia, e viu, desesperada, o filho ser tirado de suas mãos e ser entregue para adoção. Cinquenta anos depois, Philomena (interpretada pela maravilhosa Judi Dench), quebra o voto de silêncio e conta sua história a um jornalista chamado Martin Sixmith (Steve Coogan), que se propõe a ajudá-la a achar o filho perdido meio século antes.

"Philomena" é dirigido por Stephen Frears, bom diretor de "Ligações Perigosas" (1988), "Alta Fidelidade" (2000) e "A Rainha" (2006). O roteiro é co-escrito pelo ator Steve Coogan, que se interessou pela história ao ler o livro do jornalista Martin Sixmith. "Philomena" é o tipo de filme que cresce conforme vai se desenrolando, graças a um roteiro bem escrito e, claro, à ótima interpretação de Judi Dench, que foi indicada ao Oscar pelo papel. Esqueçam "M",  a mulher fria e inteligente que diz a James Bond o que fazer. Com Philomena, Dench cria uma personagem que, assim como o filme, é bem menos superficial do que parece. Fica difícil falar sobre a trama sem entregar muitos "segredos" da história, mas a busca de Philomena e Martin pelo garoto perdido os leva até os Estados Unidos, onde se descobre que o rapaz se transformou em um assessor político durante os governos de Reagan e Bush. (leia mais abaixo)


Grande parte do charme da fita reside na relação entre Philomena e Martin. Ela é a típica "velhinha", cheia de manias, ingênua, que gosta de ler romances baratos e de conversar com as pessoas. Já Martin é um jornalista calejado, cínico, profundamente ateu e naturalmente desconfiado. Ele não consegue entender como é que Philomena consegue manter a fé mesmo depois de tudo que as freiras (e, por tabela, a Igreja Católica) fizeram com ela. Em suas investigações, Martin descobre que o convento chegou a vender crianças filhas de mães solteiras para casais americanos, nos anos de 1950, por até mil libras.  Philomena, mesmo assim, tenta passar ao jornalista o conceito de "perdão". "Philomena", um filme relativamente pequeno e discreto, conseguiu quatro indicações ao Oscar, inclusive para melhor filme (além de atriz, roteiro adaptado e trilha sonora). Em cartaz no Topázio Cinemas, em Campinas.

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