Caroline acabou de entrar na "terceira idade" (ou "melhor idade", ou "velhice", depende de como se queira chamar esta fase), mas ainda carrega um "fogo" que a impede de sossegar. Interpretada por uma lenda do cinema francês, Fanny Ardant (ainda bela aos 64 anos), Caroline é uma dentista aposentada que ganha de presente das filhas um "vale" para uma clínica de repouso. Ela vai visitar o lugar e não aguenta passar uma tarde por lá. "Fui humilhada por uma moça de 30 anos", diz ela ao marido, o também dentista Philippe (Patrick Chesnais). Apesar disso, na casa ela conhece um jovem professor de informática, Julien (Laurent Lafitte), que é um conquistador nato. Eles saem para almoçar, ela bebe uma garrafa de vinho e, quando menos se espera, os dois estão se agarrando dentro do carro dele.
Este poderia ser o começo de um drama pesado, mas "Os Belos Dias" não é este tipo de filme. Não chega a ser uma comédia como "Copacabana", com Isabelle Ruppert, sendo um pouco mais sofisticado. Fanny Ardant, com 64 anos, está à vontade no papel e seu personagem é melhor que o próprio filme. Com relação ao tema da terceira idade, "Os Belos Dias" está muito longe da realidade cruel de "Amor", de Michel Haneke. O roteiro e direção de Marion Vernoux é bastante leve, sem muita profundidade, como em "O Quarteto" ou "O Exótico Hotel Marigold". O relacionamento entre Julien e Caroline é aquela mistura de atração carnal com amor materno que existe entre casais com grande diferença de idade. Mesmo quando a traição é exposta, os personagens são muito civilizados (talvez até demais) para fazer muito drama. O filme está em cartaz no Topázio Cinemas, em Campinas.
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