É difícil sair do lugar comum ao se escrever sobre esta versão para cinema (a quarta) do livro de F. Scott Fitzgerald. O diretor Baz Luhrmann filma como se o estúdio estivesse pegando fogo; tudo é exagerado, carnavalesco e, no final das contas, falso. "Que grande cenário!", pensa o espectador. "Quantos figurantes!". É um filme em que grande quantidade de dinheiro foi gasta para contar a história de uma época em que se "torrava" muito dinheiro. É ultra colorido e fotografado como um conto de fadas regado a LSD. Quando termina, resta apenas levantar da poltrona e sair da sala.
Nos poucos momentos em que o filme não está sofrendo um ataque epilético, porém, a qualidade dos atores e da trama original de Fitzgerald aparecem. Segundo o crítico Luis Carlos Merten, do "Estadão", "Gatsby" foi escrito por Fitzgerald na Europa, em momento de grande conflito pessoal (a esposa o estava traindo). O Gatsby de Luhrmann é vivido por Leonardo DiCaprio ("Ilha do Medo") em uma mistura de vulnerabilidade e canastrice. Não que DiCaprio seja canastrão, mas sim (aparentemente) seu personagem, que demora um bom tempo para aparecer na tela. Antes disso, o filme é narrado por Tobey "Peter Parker" Maquire, ou Nick Carraway, alter-ego de Fitzgerald, um aspirante a escritor que trabalha com ações na Nova York dos anos 1920. E tome longas sequências aceleradas, estilo Moulin Rouge, em que Carraway fala da prima Daisy (Carey Mulligan, de "Drive" e "Shame"), uma "dondoca" casada com Tom Buchanan (um ótimo Joel Edgerton). O casamento de Tom e Daisy vai mal, ele a está traindo com uma frentista da parte pobre da cidade. Carraway mora ao lado de uma mansão enorme em que grandes festas acontecem todos os finais de semana. O anfitrião é um misterioso Jay Gatsby, que ninguém sabe direito quem é. Uns dizem ser um espião alemão, outros dizem ser um assassino profissional, um jogador, um gângster, e assim por diante. Em uma destas festas, Gatsby se apresenta a Nick Carraway, e os dois se tornam amigos (há sugestões de atração homossexual). O grande mistério por trás de Gatsby acaba se revelando uma história de amor. Ele teria construído sua fortuna (por meios ilícitos) apenas para atrair a atenção de Daisy, que havia conhecido antes da guerra (a I Guerra Mundial). A Nova York de Luhrmann é uma mistura da cidade de quadrinhos de Dick Tracy (de Warren Beatty, 1990) com a metrópole recriada em computador por Peter Jackson em seu King Kong (2005). O 3D é uma distração a mais, e talvez o filme seja melhor apreciado sem este efeito.
As cenas de romance entre DiCaprio e Mulligan, nos respiros da câmera frenética, são bem interpretadas. Há uma cena chave, passada em uma suíte de hotel em Nova York, que surpreende por ser composta apenas pela interpretação dos atores, com planos, contraplanos e o bom e velho drama. Claro que, logo em seguida, volta a montanha russa do diretor. A trilha sonora, anacrônica, é interessante, misturando o Jazz dos anos 1920 com o hip-hop de hoje, com canções compostas por Jay Z (que é co-produtor), will.I.am, Fergie, Beyoncé, entre outros. "O Grande Gatsby" foi recebido com frieza por críticos e público e, apesar de alguns momentos interessante, é muita aparência para pouco conteúdo.
Câmera Escura
Nos poucos momentos em que o filme não está sofrendo um ataque epilético, porém, a qualidade dos atores e da trama original de Fitzgerald aparecem. Segundo o crítico Luis Carlos Merten, do "Estadão", "Gatsby" foi escrito por Fitzgerald na Europa, em momento de grande conflito pessoal (a esposa o estava traindo). O Gatsby de Luhrmann é vivido por Leonardo DiCaprio ("Ilha do Medo") em uma mistura de vulnerabilidade e canastrice. Não que DiCaprio seja canastrão, mas sim (aparentemente) seu personagem, que demora um bom tempo para aparecer na tela. Antes disso, o filme é narrado por Tobey "Peter Parker" Maquire, ou Nick Carraway, alter-ego de Fitzgerald, um aspirante a escritor que trabalha com ações na Nova York dos anos 1920. E tome longas sequências aceleradas, estilo Moulin Rouge, em que Carraway fala da prima Daisy (Carey Mulligan, de "Drive" e "Shame"), uma "dondoca" casada com Tom Buchanan (um ótimo Joel Edgerton). O casamento de Tom e Daisy vai mal, ele a está traindo com uma frentista da parte pobre da cidade. Carraway mora ao lado de uma mansão enorme em que grandes festas acontecem todos os finais de semana. O anfitrião é um misterioso Jay Gatsby, que ninguém sabe direito quem é. Uns dizem ser um espião alemão, outros dizem ser um assassino profissional, um jogador, um gângster, e assim por diante. Em uma destas festas, Gatsby se apresenta a Nick Carraway, e os dois se tornam amigos (há sugestões de atração homossexual). O grande mistério por trás de Gatsby acaba se revelando uma história de amor. Ele teria construído sua fortuna (por meios ilícitos) apenas para atrair a atenção de Daisy, que havia conhecido antes da guerra (a I Guerra Mundial). A Nova York de Luhrmann é uma mistura da cidade de quadrinhos de Dick Tracy (de Warren Beatty, 1990) com a metrópole recriada em computador por Peter Jackson em seu King Kong (2005). O 3D é uma distração a mais, e talvez o filme seja melhor apreciado sem este efeito.
As cenas de romance entre DiCaprio e Mulligan, nos respiros da câmera frenética, são bem interpretadas. Há uma cena chave, passada em uma suíte de hotel em Nova York, que surpreende por ser composta apenas pela interpretação dos atores, com planos, contraplanos e o bom e velho drama. Claro que, logo em seguida, volta a montanha russa do diretor. A trilha sonora, anacrônica, é interessante, misturando o Jazz dos anos 1920 com o hip-hop de hoje, com canções compostas por Jay Z (que é co-produtor), will.I.am, Fergie, Beyoncé, entre outros. "O Grande Gatsby" foi recebido com frieza por críticos e público e, apesar de alguns momentos interessante, é muita aparência para pouco conteúdo.
Câmera Escura
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