"O Reino Escondido" é uma animação em 3D dirigida por Chris Wedge que, com o brasileiro Carlos Saldanha, foi responsável pela série "A Era do Gelo" e pela animação "Rio". O roteiro é de Wedge e de William Joyce, escritor de livros infantis e produtor de animações como "A Lenda dos Guardiões" e o curta metragem "The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore", vencedor do Oscar. O roteiro segue aquela trama ecologicamente correta sobre seres fantásticos que querem salvar a Natureza, na linha de "Ferngully" ou mesmo "Avatar". O filme sai do lugar comum graças a um visual caprichado e algumas boas sacadas.
M.C. (ou Maria Catarina) é uma garota de 17 anos que, após a morte da mãe, tenta retomar o contato com o pai, um "cientista maluco" que vive sozinho em uma casa na floresta. Ele tem centenas de câmeras espalhadas entre as árvores e sensores que tentam provar sua teoria de que a floresta é mantida por seres em miniatura. O que M.C. não sabe é que o pai está certo. Logo no início somos apresentados aos "Homens Folha", nobres guerreiros que, voando nas costas de pássaros, protegem a floresta do vilão Mandrake e seus seguidores. Há uma lenda que diz que, no Solstício da Primavera, a rainha Dara precisa escolher um botão de flor que vai manter a floresta viva; acontece que Mandrake ataca os "homens folha" e, após uma violenta batalha, consegue matar a rainha. O botão acaba caindo nas mãos de M.C., que estava na floresta naquele momento. Miniaturizada pela rainha, M.C. acaba se juntando aos "homens folha" na luta para salvar a floresta. Ao mesmo tempo, a garota tem que descobrir um modo de voltar ao seu tamanho natural e fazer as pazes com o pai.
Os cenários tridimensionais da floresta são bastante bonitos, em cenas que remetem um pouco ao cinema fantástico criado pelo japonês Hayao Miyazaki. O design dos "homens folha" também é muito bem feito, e há nobreza no modo de se portar de personagens como Ronin, o líder do exército da Rainha Dara. Há também, claro, as concessões esperadas em um filme infantil como este, como uma dupla de lesmas que fazem todos os truques que a garotada (principalmente os meninos) acham engraçados. Há grande quantidade de sequências de ação, criadas para explorar ao máximo o efeito do 3D. O final dá a entender que a história vai continuar em outras sequências. "O Reino Escondido" pode não ser muito original, mas é bonito, bem feito e sem dúvida vai agradar a criançada. Visto no Topázio Cinemas.
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