O roteiro de "Os Croods" não tem nada de novo. É reciclado de várias tramas já vistas na série "A Era do Gelo", que havia emprestado ideias de "Em Busca do Vale Encantado" (1988), e assim por diante. Ou seja, é uma história passada na pré-história, adaptada e acelerada para os tempos modernos. É o velho mito de querer chegar na "terra prometida", onde tudo vai dar certo e viverão felizes para sempre (ou até a próxima continuação da franquia).
As crianças vão gostar muito, como é o esperado, mas o que torna o filme uma experiência compensadora para os adultos na platéia é o visual espetacular criado pela DreamWorks Animation, que vem desenvolvendo um trabalho de texturas, cores, luzes e sombra extremamente realistas, como em "Como treinar seu dragão" (que tinha um roteiro muito superior), co-dirigido pelo mesmo Chris Sanders de "Os Croods". Os personagens não se parecem com desenhos tridimensionais, mas com seres de carne e osso (mesmo que caricaturizados) que impressionam. Há grande cuidado na criação de texturas, cabelos e pele dos personagens, além de uma câmera que investe em pontos de vista pouco usados em animação.
Questões técnicas à parte, a trama é bastante convencional. Os Croods são uma família como outra qualquer, pai, mãe, avó e filhos, que são os últimos sobreviventes de uma região pré-histórica. Isso se deve aos esforços paranoicos de Grug, o pai que ensina aos filhos que "ter medo é bom", "tudo que é novo é ruim" e, principalmente, "nunca saiam da caverna". Estas regras podem ter mantido a família viva, mas está matando de tédio a filha mais velha, Eep. Ela é a típica adolescente moderna presa no corpo de uma garota pré-histórica, e faz de tudo para desobedecer as regras do pai. Uma noite ela é atraída para fora da caverna por uma luz diferente e conhece Guy, um rapaz que descobriu o segredo do fogo e que conta histórias estranhas sobre o fim do mundo, que estaria próximo. De fato, mudanças geológicas (aceleradas milhares de vezes por questões dramáticas) estão acontecendo no planeta. Um terremoto destrói a caverna dos Croods, obrigando-os a sair para a luz do Sol e seguir Guy em uma jornada em direção do "amanhã", como ele chama. Nada muito novo mas, como disse anteriormente, mostrado com imagens tão sensacionais que o filme nunca se torna entediante. Pode ser um pouco frenético demais em alguns momentos e as piadas "modernas" nem sempre funcionam, mas é uma boa aventura. Em cartaz no Topázio Cinemas, em Campinas.
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