A cantora chilena Violeta Parra conquistou fama internacional com a canção "Gracias a la vida", composta pouco antes da sua morte, em 1967. Mas Parra era mais do que cantora; foi também poetiza, tapeceira, pintora e ativista política. Quando, no filme, é chamada por um repórter de "uma mulher moderna", ela diz que, pelo contrário, é uma mulher primitiva.
"Violeta foi para o céu" é a cinebiografia da artista, dirigida por Andrés Wood com roteiro de Eliseo Altunaga, baseado no livro do filho de Violeta, Angél. A estrutura, não linear, cria várias rimas visuais e temáticas entre a infância pobre de Violeta, filha de um músico alcoólatra, com quem aprendeu a tocar violão, e as diversas fases de sua vida adulta. O filme recebeu prêmio especial do júri no último festival de "Sundance" e foi melhor filme, roteiro e edição no Cine Ceará.
Parra é interpretada com vigor pela atriz chilena Francisca Gavilán, que canta várias das canções da compositora. O filme usa uma entrevista de Parra dada à televisão chilena como fio condutor de sua vida, que teve tragédias como a morte de uma filha, ainda bebê, quando Violeta se apresentava na Polônia. Flashbacks mostram a delicada relação com o pai e seu primeiro contato com a música. A artista foi casada duas vezes, sendo a segunda com um flautista suíço chamado Gilbert Favre (Thomas Durand), 20 anos mais moço. É com Favre que Parra vai à Paris, onde realiza diversas apresentações musicais e, com as tapeçarias debaixo do braço, vai ao Museu do Louvre mostrar seu trabalho, que ganha uma exposição especial.
O lado político não é muito bem desenvolvido pelo roteiro. Apesar de se declarar tão comunista que, "se me cortassem, o sangue sairia vermelho" e de declarar à televisão que trocaria toda sua arte para ficar com o "povo", o filme a mostra como uma mulher individualista e possessiva. Há uma longa parte dedicada à instalação de uma tenda comunitária que Parra chama de "universidade do folclore" em uma região remota de Santiago; é lá que Parra faz apresentações e recebe artistas convidados, inclusive o grupo boliviano com o qual Gilbert Favre deixa o país, mas o experimento se revela um fracasso. Parra recusa o apoio do prefeito de Santiago, briga com Favre, com os filhos e termina sua vida de forma melancólica, sozinha e faminta. Apesar de um tanto depressivo, "Violeta foi para o céu" vale pela honestidade da interpretação de Gavilán e para se conhecer mais sobre a cultura latino americana. Em cartaz no Topázio Cinemas, em Campinas.
Câmera Escura
"Violeta foi para o céu" é a cinebiografia da artista, dirigida por Andrés Wood com roteiro de Eliseo Altunaga, baseado no livro do filho de Violeta, Angél. A estrutura, não linear, cria várias rimas visuais e temáticas entre a infância pobre de Violeta, filha de um músico alcoólatra, com quem aprendeu a tocar violão, e as diversas fases de sua vida adulta. O filme recebeu prêmio especial do júri no último festival de "Sundance" e foi melhor filme, roteiro e edição no Cine Ceará.
Parra é interpretada com vigor pela atriz chilena Francisca Gavilán, que canta várias das canções da compositora. O filme usa uma entrevista de Parra dada à televisão chilena como fio condutor de sua vida, que teve tragédias como a morte de uma filha, ainda bebê, quando Violeta se apresentava na Polônia. Flashbacks mostram a delicada relação com o pai e seu primeiro contato com a música. A artista foi casada duas vezes, sendo a segunda com um flautista suíço chamado Gilbert Favre (Thomas Durand), 20 anos mais moço. É com Favre que Parra vai à Paris, onde realiza diversas apresentações musicais e, com as tapeçarias debaixo do braço, vai ao Museu do Louvre mostrar seu trabalho, que ganha uma exposição especial.
O lado político não é muito bem desenvolvido pelo roteiro. Apesar de se declarar tão comunista que, "se me cortassem, o sangue sairia vermelho" e de declarar à televisão que trocaria toda sua arte para ficar com o "povo", o filme a mostra como uma mulher individualista e possessiva. Há uma longa parte dedicada à instalação de uma tenda comunitária que Parra chama de "universidade do folclore" em uma região remota de Santiago; é lá que Parra faz apresentações e recebe artistas convidados, inclusive o grupo boliviano com o qual Gilbert Favre deixa o país, mas o experimento se revela um fracasso. Parra recusa o apoio do prefeito de Santiago, briga com Favre, com os filhos e termina sua vida de forma melancólica, sozinha e faminta. Apesar de um tanto depressivo, "Violeta foi para o céu" vale pela honestidade da interpretação de Gavilán e para se conhecer mais sobre a cultura latino americana. Em cartaz no Topázio Cinemas, em Campinas.
Câmera Escura
2 comentários:
Este filme é muito bom. Pena não ser tão divulgado e ficar num circuito tão fechado. A vida e a luta de Violeta Parra foi emocionante.
De fato, Marisa, é o tipo de filme que fica restrito ao chamado "circuito de arte". É um bom filme, vale principalmente pela interpretação da atriz.
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