Há uma cena neste capítulo final da saga Harry Potter em que Lorde Voldemort, por um momento, acredita ter vencido. E é então que Ralph Fiennes, o grande ator que o interpreta (debaixo de uma maquiagem que o desfigura) solta uma risada que faz com que ele pareça quase humano. Crédito para o diretor David Yates, que teve a arriscada honra de fechar a série iniciada há exatos dez anos por Chris Columbus. Havia rumores, na época, de que Steven Spielberg seria o responsável pela transposição do bruxo criado pela escritora J.K. Rowling, mas ele teria desistido (ou sido dispensado) por querer fazer mudanças no livro original. Os sete livros se transformaram em oito filmes que, até certo ponto, conseguiram manter uma boa continuidade, principalmente por lidar com um elenco infantil praticamente criado para os papéis principais: Daniel Radcliffe como Harry Potter, Rupert Grint como Ron Weasley e Emma Watson como Hermione Granger. Ajudou também o fato de que grandes atores britânicos como Richard Harris, Alan Rickman, Maggie Smith, John Hurt, Gary Oldman, Helena Bonhan Carter, Michael Gambon e muitos outros completaram os papéis secundários.
Após uma primeira parte exageradamente longa, "As Relíquias da Morte: Parte 2" flui muito melhor. Potter e seus amigos ainda estão procurando as "horcruzes", partes da alma de Voldemort que estão espalhadas em objetos tão diferentes quanto uma taça ou uma tiara. Diz a lenda que, destruídas estas partes, Voldemort seria morto. Mas os três amigos, agora entrando na vida adulta, não têm tarefa fácil. O exército do "mal" está determinado a destruir Potter e a Escola de Hogwarts. Algumas cenas soam apressadas, como se, depois dos longos silêncios e momentos vazios da primeira parte, o roteirista Steve Kloves estivesse espremendo momentos chave do livro para caber no filme. A volta de Potter à Hogwards, por exemplo, pareceu extremamente fácil e rápida, é de se imaginar que no livro seja melhor explicado. A relação dúbia entre Potter e Draco Malfoy também carece de uma explicação melhor. Por outro lado, há sim momentos cinematográficos bastante bons, como a sequência em que a Professora McGonagall (Maggie Smith), auxiliada por outros bruxos, coloca uma proteção mágica sobre toda a Escola de Hogwards. A sequência em que Harry Potter fica sabendo sobre o passado do Professor Snape (Alan Rickman, um pouco desperdiçado nos últimos filmes), também é bastante interessante.
O melhor, sem dúvida, é Ralph Fiennes como Lorde Voldemort. Ele é verdadeiramente assustador e Fiennes consegue transmitir apenas com olhares e a expressão corporal toda a maldade (e sofrimento) do personagem. Vale repetir a cena citada no início do texto. A "alegria" momentânea de Voldemort, interpretada por Fiennes, dá gosto de ver. A série de falsos clímaxes e duelos entre Harry Potter e Voldemort é um pouco cansativa e confusa, o que chega a diluir a força do confronto final entre os dois personagens. Há um ar de seriedade, melancolia e morbidez talvez grande demais para um filme supostamente infanto-juvenil (mas isso já havia nos livros). Mas é uma produção caprichada e, para um blockbuster de férias, acima da média, merecendo respeito.
Após uma primeira parte exageradamente longa, "As Relíquias da Morte: Parte 2" flui muito melhor. Potter e seus amigos ainda estão procurando as "horcruzes", partes da alma de Voldemort que estão espalhadas em objetos tão diferentes quanto uma taça ou uma tiara. Diz a lenda que, destruídas estas partes, Voldemort seria morto. Mas os três amigos, agora entrando na vida adulta, não têm tarefa fácil. O exército do "mal" está determinado a destruir Potter e a Escola de Hogwarts. Algumas cenas soam apressadas, como se, depois dos longos silêncios e momentos vazios da primeira parte, o roteirista Steve Kloves estivesse espremendo momentos chave do livro para caber no filme. A volta de Potter à Hogwards, por exemplo, pareceu extremamente fácil e rápida, é de se imaginar que no livro seja melhor explicado. A relação dúbia entre Potter e Draco Malfoy também carece de uma explicação melhor. Por outro lado, há sim momentos cinematográficos bastante bons, como a sequência em que a Professora McGonagall (Maggie Smith), auxiliada por outros bruxos, coloca uma proteção mágica sobre toda a Escola de Hogwards. A sequência em que Harry Potter fica sabendo sobre o passado do Professor Snape (Alan Rickman, um pouco desperdiçado nos últimos filmes), também é bastante interessante.
O melhor, sem dúvida, é Ralph Fiennes como Lorde Voldemort. Ele é verdadeiramente assustador e Fiennes consegue transmitir apenas com olhares e a expressão corporal toda a maldade (e sofrimento) do personagem. Vale repetir a cena citada no início do texto. A "alegria" momentânea de Voldemort, interpretada por Fiennes, dá gosto de ver. A série de falsos clímaxes e duelos entre Harry Potter e Voldemort é um pouco cansativa e confusa, o que chega a diluir a força do confronto final entre os dois personagens. Há um ar de seriedade, melancolia e morbidez talvez grande demais para um filme supostamente infanto-juvenil (mas isso já havia nos livros). Mas é uma produção caprichada e, para um blockbuster de férias, acima da média, merecendo respeito.
Um comentário:
Antes tarde do que nunca, mas só pude conferir a última parte agora em magnífico Bluray. João, concordo com seus comentários. Considero o filme muito bom, mas confesso que me desapontei com vários detalhes. Não achei que a atuação dos jovens em muitas cenas estivessem no mesmo nível de filmes anteriores. Me pareceu meio que "vamos filmar logo".
Alexandreu Desplat é um compositor acima da média, mas confesso que um desfecho de saga merecia temas um pouco mais sofisticados. Realmente achei que fez falta um "John Williams" desta vez. De todo modo, ainda considero Prisioneiro de Azkaban o filme mais completo.
Outra falha me parece ser um misto de problema de roteiro e edição. Como você mesmo disse, há cenas exageradamente longas e silenciosas, e outras incrivelmente rápidas ou repetitivas. Não apenas o duelo final de Harry e Voldemort perdeu o impacto que deveria, mas outros duelos importantes foram mostrados num piscar de olhos.
Não esperava um longo duelo de bruxos como da Madame Min e Merlin em "A Espada era a Lei, com eles se transformando em tudo quanto é animal, mas ver o tão esperado duelo entre Molly Weasley e a incrívelmente odiada Bellatrix Lestrange (a sempre ótima Helena Bonham Carter) durar exatamente 30 (TRINTA) segundos, foi de xingar os responsáveis pela produção. Fora que diversos personagens importantes foram realmente desperdiçados nos últimos filmes (Alan Rickman/Snape é um deles).
Mas enfim, talvez seja o que ouvi um crítico falando. A saga foi se tornando tão complexa nos livros que apenas um seriado luxuoso faria jus ao conteúdo e todos os personagens. Quem sabe no futuro.
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