Dentro do gênero "policial" há um tipo que os americanos chamam de "heist movie", aquele que trata especificamente de roubos. Estes filmes, como todo filme de gênero, seguem uma fórmula relativamente previsível. Em mãos hábeis, esta fórmula pode ser torcida para criar filmes no mínimo divertidos, como "Onze homens e um segredo" (de Steven Soderbergh) ou quase obras-primas como "Fogo contra Fogo" (de Michael Mann). "Assalto ao Banco Central", do diretor Marcos Paulo, é um exemplo de filme de gênero apenas mediano.
Todo tipo de clichê de filme americano possível pode ser encontrado nesta produção da Globo Filmes. Há o "cérebro" por trás da operação, um bandido que se veste de forma impecável, tem a fala macia e, para deixar a mensagem mais clara ainda, é frequentemente visto em frente a um tabuleiro de xadrez. Ele é o Barão (Milhem Cortaz, muito bem nos dois "Tropa de Elite", mas sem carisma para ser o vilão "sofisticado" deste filme). Há a mulher fatal, Carla (Hermila Guedes), usando salto alto e saias curtíssimas até dentro de um túnel cheio de barro; ela é mulher do Barão, mas flerta abertamente com "o ladrão boa pinta", Mineiro (Eriberto Leão), o segundo em comando. Há o policial das antigas, prestes a se aposentar, o Delegado Amorim (Lima Duarte), que desconfia da tecnologia e prefere seguir seu "faro". Há a policial feminina, Telma (Giulia Gam) que admira a técnica e tem uma relação paternal com Amorim (lembrando a dupla Rachel Ticotin e Robert Duvall de "Um Dia de Fúria"). Há até um personagem que é uma mistura de dois clichês; Devanildo (Vinícius de Oliveira, o eterno garoto de "Central do Brasil") é, ao mesmo tempo, o personagem gay típico, cheio de chiliques, e o rapaz evangélico, seguidor de Jesus.
O roteiro de Renê Belmonte é baseado no famoso roubo ocorrido no Banco Central da cidade de Fortaleza, em 2005, em que bandidos cavaram um túnel de mais de oitenta metros e levaram 164 milhões de reais. A história real era mais do que propícia para um bom filme de assalto, e o de Marcos Paulo tem bons momentos. Uma montagem equivocada, no entanto, mais atrapalha do que ajuda a trama. O filme, que começa do ponto de vista dos bandidos e da preparação para o roubo, muda de repente (e sem uma boa justificativa) para uma montagem paralela em que vemos o ocorrido após o roubo e a prisão de grande parte dos envolvidos. Se esta era a linha a ser seguida, por que não fazê-lo desde o início? Há um momento em que as linhas se cruzam e fica difícil entender a cronologia de certas sequências.
Tonico Pereira, como o "Doutor" (o engenheiro responsável pela construção do túnel), Gero Camilo como "Tatu" (que cava o túnel) e Antonio Abujamra como Moacir (o contato da segurança que passa as plantas do banco para os bandidos) fazem boas participações especiais, o que contrasta ainda mais com a má atuação de grande parte do elenco. O filme foi apresentado no 4º Festival de Cinema de Paulínia e o final, em aberto, deu margem a discussões sobre uma possível continuação. Será?
Todo tipo de clichê de filme americano possível pode ser encontrado nesta produção da Globo Filmes. Há o "cérebro" por trás da operação, um bandido que se veste de forma impecável, tem a fala macia e, para deixar a mensagem mais clara ainda, é frequentemente visto em frente a um tabuleiro de xadrez. Ele é o Barão (Milhem Cortaz, muito bem nos dois "Tropa de Elite", mas sem carisma para ser o vilão "sofisticado" deste filme). Há a mulher fatal, Carla (Hermila Guedes), usando salto alto e saias curtíssimas até dentro de um túnel cheio de barro; ela é mulher do Barão, mas flerta abertamente com "o ladrão boa pinta", Mineiro (Eriberto Leão), o segundo em comando. Há o policial das antigas, prestes a se aposentar, o Delegado Amorim (Lima Duarte), que desconfia da tecnologia e prefere seguir seu "faro". Há a policial feminina, Telma (Giulia Gam) que admira a técnica e tem uma relação paternal com Amorim (lembrando a dupla Rachel Ticotin e Robert Duvall de "Um Dia de Fúria"). Há até um personagem que é uma mistura de dois clichês; Devanildo (Vinícius de Oliveira, o eterno garoto de "Central do Brasil") é, ao mesmo tempo, o personagem gay típico, cheio de chiliques, e o rapaz evangélico, seguidor de Jesus.
O roteiro de Renê Belmonte é baseado no famoso roubo ocorrido no Banco Central da cidade de Fortaleza, em 2005, em que bandidos cavaram um túnel de mais de oitenta metros e levaram 164 milhões de reais. A história real era mais do que propícia para um bom filme de assalto, e o de Marcos Paulo tem bons momentos. Uma montagem equivocada, no entanto, mais atrapalha do que ajuda a trama. O filme, que começa do ponto de vista dos bandidos e da preparação para o roubo, muda de repente (e sem uma boa justificativa) para uma montagem paralela em que vemos o ocorrido após o roubo e a prisão de grande parte dos envolvidos. Se esta era a linha a ser seguida, por que não fazê-lo desde o início? Há um momento em que as linhas se cruzam e fica difícil entender a cronologia de certas sequências.
Tonico Pereira, como o "Doutor" (o engenheiro responsável pela construção do túnel), Gero Camilo como "Tatu" (que cava o túnel) e Antonio Abujamra como Moacir (o contato da segurança que passa as plantas do banco para os bandidos) fazem boas participações especiais, o que contrasta ainda mais com a má atuação de grande parte do elenco. O filme foi apresentado no 4º Festival de Cinema de Paulínia e o final, em aberto, deu margem a discussões sobre uma possível continuação. Será?
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