"Bróder", de Jefferson De, foi apresentado no Festival de Cinema de Paulínia, em 2010, com boa aceitação, e agora ganha lançamento em circuito nacional. O filme foi feito no Capão Redondo, na periferia de São Paulo, e acompanha um dia na vida de três amigos, Macu (Caio Blat), Jaime (Jonathan Haagensen) e Pibe (Sílvio Guindane). Jaime é um badalado jogador de futebol que estava na Espanha mas, contundido, é dúvida para a escalação da seleção brasileira. Ele está em São Paulo para uma avaliação médica e para tentar se acertar com Elaine (Cíntia Rosa), que está grávida de um filho dele. Pibe é formado em Direito e se mudou da periferia para o centro da cidade. Ele se casou e tem um filho pequeno, mas a vida não está nada boa para o casal. Macu, branco, está fazendo aniversário e sua mãe (Cássia Kiss), lhe prepara uma festa surpresa. Ele está devendo dinheiro para um traficante barra pesada e precisa fazer um trabalho para quitar a dívida. Os três amigos se reencontram no Capão Redondo em uma cena insólita, em que o carrão do jogador Jaime contrasta com a pobreza do lugar e com o fato de haver um corpo jogado na calçada, com a família aos prantos.
Jeferson De brinca com a questão do que é ser negro ou branco na periferia. Quando o filme começa, por exemplo, vemos uma silhueta falando ao celular, usando de muitas gírias, e imaginamos na hora ser um personagem negro. Quando a cortina deixa a luz entrar, vemos que é Caio Blat. Cássia Kiss, branca, interpreta uma mulher evangélica que freqüenta uma igreja cujo pastor é João Acaiabe, negro. Aílton Graça, outro ator negro, interpreta o marido de Cássia Kiss. Como se vê, a pobreza não tem cor. Mas há uma cena que mostra o preconceito ainda existente na sociedade. Quando Macu, Jaime e Pibe estão “dando um rolê” pela cidade no carrão de Jaime, a polícia os para e começa a prender os dois negros, achando que eles estavam sequestrando o branco.
A trilha sonora tem sucessos de Mano Brown e Jorge Ben Jor, entre outros, e o filme soa bastante autêntico. A produção contou com o apoio de ONGs do Capão Redondo que garantiram que quase todo o filme fosse rodado no próprio bairro. Os atores estão muito bem e Caio Blat, em especial, surpreende. Interessante também a coincidência da história de Jaime, jogador de futebol que engravidou uma moça de periferia, e as notícias do goleiro Bruno e a antiga amante. Há também similaridades com "Quatro irmãos", filme de John Singleton rodado em 2005, que também tratava de uma família adotiva formada por jovens brancos e negros. Belo filme, que muda um pouco o cenário das tradicionais favelas do Rio de Janeiro para a periferia de São Paulo, igualmente perigosa e cheia de histórias para contar.
Jeferson De brinca com a questão do que é ser negro ou branco na periferia. Quando o filme começa, por exemplo, vemos uma silhueta falando ao celular, usando de muitas gírias, e imaginamos na hora ser um personagem negro. Quando a cortina deixa a luz entrar, vemos que é Caio Blat. Cássia Kiss, branca, interpreta uma mulher evangélica que freqüenta uma igreja cujo pastor é João Acaiabe, negro. Aílton Graça, outro ator negro, interpreta o marido de Cássia Kiss. Como se vê, a pobreza não tem cor. Mas há uma cena que mostra o preconceito ainda existente na sociedade. Quando Macu, Jaime e Pibe estão “dando um rolê” pela cidade no carrão de Jaime, a polícia os para e começa a prender os dois negros, achando que eles estavam sequestrando o branco.
A trilha sonora tem sucessos de Mano Brown e Jorge Ben Jor, entre outros, e o filme soa bastante autêntico. A produção contou com o apoio de ONGs do Capão Redondo que garantiram que quase todo o filme fosse rodado no próprio bairro. Os atores estão muito bem e Caio Blat, em especial, surpreende. Interessante também a coincidência da história de Jaime, jogador de futebol que engravidou uma moça de periferia, e as notícias do goleiro Bruno e a antiga amante. Há também similaridades com "Quatro irmãos", filme de John Singleton rodado em 2005, que também tratava de uma família adotiva formada por jovens brancos e negros. Belo filme, que muda um pouco o cenário das tradicionais favelas do Rio de Janeiro para a periferia de São Paulo, igualmente perigosa e cheia de histórias para contar.
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