Esta aventura usa duas "grifes": o nome James Cameron e o sistema 3D de projeção. Despois do sucesso de "Avatar", um praticamente virou sinônimo do outro, e o diretor de "Titanic" e "O Exterminador do Futuro" assina a produção executiva de "Santuário". Mas se o roteiro de "Avatar" já era bem simples, "Santuário" mais parece um falso documentário de televisão. Curiosamente, a ligação com Cameron também faz lembrar seu filme de 1989, "O Segredo do Abismo", em que mergulhadores descobriam uma civilização extraterrestre no fundo do oceano.
"Santuário" não passa da exibição de belas imagens em três dimensões povoada por personagens bidimensionais. Todos os clichês possíveis podem ser encontrados. O início do filme é praticamente igual a Jurassic Park, lançado por Steven Spielberg em 1993: "Santuário" começa com a chegada (em um helicóptero) de um milionário excêntrico, Carl (Ioan Gruffud) a uma ilha coberta por florestas tropicais. Lá se encontra o maior sistema de cavernas do mundo, que está sendo explorada por cientistas. O problema é que uma chuva se transforma inesperadamente em um ciclone e deixa a todos presos na caverna, enfrentando a fúria da Natureza. Em "Santuário" não há nem os dinossauros de Spileberg nem os extraterrestres de Cameron; assim, metade do filme é dedicado a mostrar as pessoas entrando na caverna e a outra metade os mostra tentando sair dela. Continuando com os clichês, há o relacionamento conturbado entre um pai linha dura, Frank (Richard Roxburgh) e seu filho adolescente, Josh (Rhys Wakefield). Há também uma mergulhadora (que além de mulher se chama "Jude", judia) que logo na primeira cena fica assustada e, claro, morre no mergulho. Há também uma cena em que um personagem começa a tossir, o que significa doença grave, e ele não dura muito tempo.
De clichê em clichê, o diretor Alister Grierson leva o espectador pelos vários "níveis" da caverna que, como em um videogame, vai ficando cada vez mais perigosa. Um aviso no início do filme diz que "Santuário" foi inspirado em uma história real, uma forma de dar "credibilidade" ao roteiro de John Garvin e Andrew Wight. O site oficial informa que Wight realmente ficou preso por dois dias com uma equipe de filmagem em uma caverna na Austrália, mas este é o limite de "realidade" presente em "Santuário". A produção sem dúvida é bem feita; cenários enormes foram usados para simular o interior da caverna, além de cenas reais de mergulho filmadas em cavernas australianas. Mas "Santuário" é muito fraco. Teria sido mais interessante, talvez, se fosse um documentário de verdade.
Um comentário:
Poxa João...ia assistir a esse filme hoje !!! Tava toda empolgada com o lance de " baseado em fatos reais".. Agora verei o filme com outros olhos !! Valeu
Aline Tonon
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