Não é por acaso que o título brasileiro de “London River” seja “Destinos Cruzados”, o mesmo dado a um filme de Sydney Pollack, em 1999. Naquele filme, Harrison Ford e Kristin Scott Thomas se conhecem ao investigar a morte de seus respectivos esposos. Eles descobrem que os dois, que haviam morrido em um acidente aéreo, eram amantes. Em “London River”, uma viúva inglesa chamada Elisabeth Sommers (Blenda Blethyn), mora na Ilha de Guernsey, onde tem uma pequena fazenda onde planta vegetais. Já o africano (não fica claro de onde ele é) Ousmane (Sotigui Kouyaté) mora na França há quinze anos e trabalha como guarda florestal. Os dois vão procurar pelos filhos e também descobrem que eram amantes.
Em 7 de julho de 2005, uma série de atentados terroristas aconteceu em Londres, explodindo trens do metrô e ônibus. Elisabeth fica sabendo das notícias pela televisão e liga para a filha, que mora em Londres, mas só atende a caixa postal. Preocupada, ela parte para a cidade. Ousmane fica sabendo pela mulher, da África, que também não tem notícias do filho, que está em Londres. Ousmane não o vê desde que ele tinha seis anos de idade, e parte para a capital da Inglaterra sem nem saber como o filho se parece. Elisabeth e Ousmane, ela branca e cristã, ele negro e muçulmano, vão se encontrar em Londres procurando por seus filhos.
“London River” é daqueles filmes em que a interpretação dos atores é sua principal qualidade. O roteiro e direção do franco-argelino Rachid Bouchareb não têm nada de extraordinário, e o filme, mesmo curto, se arrasta em uma série de cenas repetitivas, em que a inglesa e o africano ficam se encontrando em hospitais, supermercados e meios de transporte. Elisabeth descobre que a filha morava no segundo andar de um prédio em uma vizinhança muçulmana de Londres. Cheia de preconceitos, ela fica horrorizada por saber também que a filha estava aprendendo árabe (“Quem fala árabe?”, ela pergunta para a professora da filha). Ousmane fica sabendo que o filho frequentava a mesma aula que a filha de Elisabeth, e encontra uma foto em que os dois estão juntos. Ele entra me contato com a Elisabeth, que ao invés de se juntar a ele na busca pela filha, chama a polícia.
Blethyn e Kouyaté dão ao filme dignidade e realismo. O ator, que morreu em abril deste ano, aos 73 anos, interpreta Ousmane como um homem que viveu por muito tempo e não conheceu a família. Alto e magro, ele caminha por Londres apoiado em uma bengala e lida com o preconceito de Elisabeth com calma e paciência. Kouyaté ganhou o Urso de Prata em Berlim por esta interpretação. Blenda Blethyn é a típica mãe que descobre que não conhece a própria filha. Mas a preocupação quanto ao destino dela faz com que, aos poucos, sua revolta e preconceitos vão cedendo. Relutante, ela aceita a ajuda de Ousmane e os dois continuam procurando por seus filhos entre as centenas de mortos e feridos dos atentados. Um filme americano provavelmente teria criado um romance entre os dois (como no filme de Pollack), e sem dúvida seriam interpretados por atores mais novos. “London River” é mais documental, realista. O período retratado no filme é o mesmo do também documental “Jean Charles”, sobre o brasileiro morto pela polícia britânica duas semanas após os atentados de 7 de julho, confundido com um terrorista. (visto no Topázio Cinemas).
Em 7 de julho de 2005, uma série de atentados terroristas aconteceu em Londres, explodindo trens do metrô e ônibus. Elisabeth fica sabendo das notícias pela televisão e liga para a filha, que mora em Londres, mas só atende a caixa postal. Preocupada, ela parte para a cidade. Ousmane fica sabendo pela mulher, da África, que também não tem notícias do filho, que está em Londres. Ousmane não o vê desde que ele tinha seis anos de idade, e parte para a capital da Inglaterra sem nem saber como o filho se parece. Elisabeth e Ousmane, ela branca e cristã, ele negro e muçulmano, vão se encontrar em Londres procurando por seus filhos.
“London River” é daqueles filmes em que a interpretação dos atores é sua principal qualidade. O roteiro e direção do franco-argelino Rachid Bouchareb não têm nada de extraordinário, e o filme, mesmo curto, se arrasta em uma série de cenas repetitivas, em que a inglesa e o africano ficam se encontrando em hospitais, supermercados e meios de transporte. Elisabeth descobre que a filha morava no segundo andar de um prédio em uma vizinhança muçulmana de Londres. Cheia de preconceitos, ela fica horrorizada por saber também que a filha estava aprendendo árabe (“Quem fala árabe?”, ela pergunta para a professora da filha). Ousmane fica sabendo que o filho frequentava a mesma aula que a filha de Elisabeth, e encontra uma foto em que os dois estão juntos. Ele entra me contato com a Elisabeth, que ao invés de se juntar a ele na busca pela filha, chama a polícia.
Blethyn e Kouyaté dão ao filme dignidade e realismo. O ator, que morreu em abril deste ano, aos 73 anos, interpreta Ousmane como um homem que viveu por muito tempo e não conheceu a família. Alto e magro, ele caminha por Londres apoiado em uma bengala e lida com o preconceito de Elisabeth com calma e paciência. Kouyaté ganhou o Urso de Prata em Berlim por esta interpretação. Blenda Blethyn é a típica mãe que descobre que não conhece a própria filha. Mas a preocupação quanto ao destino dela faz com que, aos poucos, sua revolta e preconceitos vão cedendo. Relutante, ela aceita a ajuda de Ousmane e os dois continuam procurando por seus filhos entre as centenas de mortos e feridos dos atentados. Um filme americano provavelmente teria criado um romance entre os dois (como no filme de Pollack), e sem dúvida seriam interpretados por atores mais novos. “London River” é mais documental, realista. O período retratado no filme é o mesmo do também documental “Jean Charles”, sobre o brasileiro morto pela polícia britânica duas semanas após os atentados de 7 de julho, confundido com um terrorista. (visto no Topázio Cinemas).
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