Ao fazer programa duplo no Cine Topázio, em Campinas, eis que deparo com a mesma atriz nos dois filmes. Após assitir ao ótimo e engraçado "O Pequeno Nicolau", mudei de sala para ver o drama "Mademoiselle Chambon". A atriz é Sandrine Kiberlain que, curiosamente, interpreta uma professora primária nos dois filmes. Mas enquanto "Nicolau" é um filme leve e engraçado, Mademoiselle Chambon é um sensível drama de amor. É notável a sutileza do diretor Stéphane Brizé ao contar a história do pedreiro Jean (Vincent Lindon) e da professora Véronique Chambon, que dá aulas para o filho de Jean. Ele é um trabalhador braçal, casado com Anne-Marie (Aure Atika) e pai de Jérémy (Arthur Le Houérou). Um dia a professora o convida para se apresentar à classe do filho para falar sobre seu trabalho. Apesar do pouco estudo e do trabalho duro, Jean se revela articulado e apaixonado pelo trabalho, o que atrai discretamente a atenção da solitária Mademoiselle Chambon. Ela lhe pede que vá consertar uma janela com problemas na casa dela, e o que se segue é uma das sequências de tensão amorosa e atração sexual mais bem feitas do cinema. Os dois estão sozinhos no apartamento, ela corrigindo provas no quarto enquanto ele está na sala fazendo o serviço. Percebe-se que os dois estão interessados, mas de maneira quase envergonhada, tímida. Ele é casado. Ela dá aulas para o filho dele. Eles sabem que estão "errados", sabem que é "impossível"; mas também sabem que, em uma outra realidade, os dois poderiam ser ideais um para o outro.
Jean é um homem íntegro, que não está interessado em trair a esposa. É também bom filho e toma conta do pai, que está doente. Mas há algo na professora que lhe atrai muito, e não é apenas uma coisa sexual. Em uma bela cena, ele lhe pede que toque alguma coisa no violino. Ela fica envergonhada e, a princípio, se recusa. Ele insiste. É bom ver um filme, hoje em dia, em que um homem e uma mulher não pulam direto para a cama. O amor que surge entre os dois é genuíno e, como toda paixão, sofrida. Para complicar, Jean descobre que a esposa está grávida. E agora? De seu lado, a solitária Chambon recebe uma oferta para ser efetivada na escola do filho de Jean. Será uma boa idéia? Não seria melhor partir enquanto ainda é tempo?
Mademoiselle Chambon é um filme de longos silêncios e olhares, em que o não dito fala mais do que muitas palavras. A dor da paixão não consumada é expressa na música clássica do compositor Elgar, em notas de violino. Ótimo filme.
poxa, joao, eu sei que nao voltarei aki no blog pra ver sua resposta, mas tem como vc me responder no meu orkut? Pergunta: aonde eu consigo esse filme? fiquei entusiasmada com a sinopse! Abraços
O violino está ótimo, mas o roteiro poderia ser bem melhor. Gostaria de uma "outra versão" com mais diálogos, mas acho que o silêncio casa bem com a situação vivida no filme. Silêncio também da esposa, que por fim percebe tudo e prefere se calar.
poxa, joao, eu sei que nao voltarei aki no blog pra ver sua resposta, mas tem como vc me responder no meu orkut? Pergunta: aonde eu consigo esse filme? fiquei entusiasmada com a sinopse!
ResponderExcluirAbraços
Amanda Cotrim
Resolvi fazer a dobradinha que vc fez mais em dias seguidos, e confesso que me surpreendi com esse, o silencio compoe perfeitamente o filme...
ResponderExcluirBom o filme né? Achei muito sutil, delicado. Grandes silêncios, contrapondo com a música do violino.
ResponderExcluirO violino está ótimo, mas o roteiro poderia ser bem melhor. Gostaria de uma "outra versão" com mais diálogos, mas acho que o silêncio casa bem com a situação vivida no filme. Silêncio também da esposa, que por fim percebe tudo e prefere se calar.
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