
Mas o protagonista do filme não é Brosnan, mas Ewan McGregor, que interpreta um "ghost writer", aquele escritor anônimo que é contratado para escrever em nome de alguém. Ele não estava muito interessado no trabalho, mas seu agente lhe consegue um contrato polpudo e ele parte para uma ilha fria na costa leste dos Estados Unidos, onde o Primeiro Ministro está exilado. McGregor não é o primeiro ghost writer de Lang. O anterior morreu afogado em circunstâncias suspeitas, quando teria caído, bêbado, da balsa que o transportava da ilha para o continente. Na ilha também está a bela esposa de Lang, Ruth (Olivia Williams), a quem o primeiro ministro recorre em todas as decisões políticas. Mas, aparentemente, em questões sexuais ele favorece sua secretária particular, Amelia (Kim Cattrall), que cuida da sua agenda e do precioso manuscrito original da autobiografia de Lang, iniciado pelo antigo ghost writer. McGregor se vê cada vez mais envolvido com os problemas de Lang, além de ter que lidar com o "fantasma" do escritor que está substituindo e o assédio perigoso de Ruth, a mulher do Primeiro Ministro.
Polanski dirige com precisão e suspense, sem perder o bom humor. O roteiro é complicado, envolvendo conspirações políticas, segredos antigos guardados a sete chaves, traições pessoais e políticas e um personagem principal que, como convém a um ghost writer, nem mesmo tem nome. McGregor está muito bem neste personagem que, no fundo, não é muito inteligente e é curioso demais para seu próprio bem. Como todo bom filme de suspense, a técnica de Polanski evoca Alfred Hitchcock em várias sequências, principalmente em um belo plano que mostra um bilhete sendo passado de mão em mão até chegar a seu destino. O final é apropriadamente cínico.
Bom filme, que evoca os tempos em que se dependia de um bom roteiro e técnica cinematográfica para envolver o espectador.
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