O primeiro Homem de Ferro foi uma boa surpresa quando saiu dos quadrinhos empoeirados e se transformou em um grande filme de ação e aventura. Robert Downey Jr, que quando jovem era um ator promissor, havia aparentemente se destruído com as drogas e várias passagens pela prisão. Em um bom exemplo de renascimento, Downey Jr transformou o milionário playboy Tony Stark em um cara verossímil e humano, que descobre que armas e guerras não fazem parte do "caminho do bem". O filme foi um grande sucesso não só pelas cenas de ação e ótimos efeitos especiais, mas principalmente pelas relações humanas entre Downey Jr e bons atores como Jeff Bridges, Terrence Howard e Gwyneth Paltrow.
Sucesso estrondoso, é claro que uma continuação seria feita a toque de caixa, e o homem de lata está de volta aos cinemas. Infelizmente, como costuma acontecer, a continuação não está no nível do original. Há, claro, muito mais dinheiro envolvido. O filme é rico em cenas extravagantes que mostram o estilo playboy de ser de Stark, mais egocêntrico do que se julgava possível, abrindo uma feira mundial que leva seu nome, cheia de mulheres, luzes e bandeiras americanas. Um vilão surge na forma deformada de Mickey Rourke, ex-galã dos anos 80 que também renasceu há alguns anos no papel de "O Lutador", pelo qual foi indicado ao Oscar. Rourke interpreta um antigo fantasma da Guerra Fria, um vilão russo, com direito a sotaque carregado e corpo cheio de tatuagens, chamado Ivan Vanco. Apesar dele parecer um monstro descerebrado, o roteiro quer que nós acreditemos que ele é um físico capaz de construir um aparelho semelhante ao coração nuclear do Homem de Ferro. Vanco adiciona uns chicotes elétricos ao objeto e ataca Tony Stark em Mônaco durante uma corrida de automóveis. Stark sobrevive, claro, mas Vanco é contratado por um construtor de armas americano, Justin Hammer (o ótimo Sam Rockwell, feliz em ganhar um alto salário para interpretar uma caricatura), que quer construir réplicas do Homem de Ferro para o governo americano.
O elenco estelar ainda conta com Don Cheadle, substituindo Terrence Howard, e a presença sexy (mas não mais do que isso) de uma muda Scarlett Johansson. O diretor Jon Favreau, provavelmente apenas uma engrenagem em uma enorme máquina de marketing, brinca consigo mesmo interpretando um guarda costas de Stark. O filme nunca chega a decolar. Há uma série de cenas ensurdecedoras de ação entrecortadas por algumas tentativas de deixar o personagem mais sério. O coração tecnológico estaria contaminando seu sangue e Stark acha que está à beira da morte. A seriedade soa falsa e não combina com o estilo de Stark (muito mais verdadeiro no primeiro filme, quando se dá conta do mal que sua fábrica de armas causa).
Downey Jr ainda é a coisa mais interessante na tela, mas Homem de Ferro 2 é apenas diversão rasa, sem muito a oferecer.
4 comentários:
Mas não é para isso que esses blockbusters servem? É entretenimento puro. Eu adorei o filme... E Johansson... Ai ai ai... Hahahahaha...
Bjos...
Po, curti pra cacete o filme! Mas é bem isso mesmo: puro entretenimento! E sem contar na trilha sonora que tava demais!!! :)
Heheh, sem dúvida o filme é divertido, mas dentro da proposta de "puro entretenimento", o primeiro se saiu muito melhor. A trilha sonora hard rock realmente é muito boa.
"trilha sonora hard rock" ?
joão, nao me decepcione. É AC/DC, nao é simplesmente hard rock!
hahaha
bom, assisti essa semana.
Gostei, mas prefiro o primeiro.
Gostei do chicote do mal, mas acredito que poderia ter sido mais explorado.
E claro, o Downey Jr está impagável.
E aí?
qual o eu palpite?
qual super-heroi ou historia o extra depois dos créditos estava se referindo, hein hein????
=D
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