
Jenny é uma estudante exemplar que está se preparando para entrar na Universidade de Oxford, e atrai a atenção deste homem com o dobro da sua idade. David tem charme de sobra, e consegue convencer os pais dela que é confiável, levando-a a concertos, jantares e leilões de arte. Estamos no começo nos anos 60, antes da revolução cultural e sexual que revirou o mundo no final da década, de modo que Jenny ainda é pouco mais que uma criança. No entanto, ela demonstra maturidade e bom senso além de seus anos, e dá gosto ver um filme que confia na inteligência não só de seus personagens, mas de seus espectadores. O que David quer com Jenny? Sexo? Isso seria simplificar demais a relação entre os dois. Jenny, claro, está deslumbrada com a oportunidade de freqüentar círculos inéditos para sua idade e ser tratada como uma adulta. De volta, David compartilha do bom gosto e classe da garota. Interessante também notar como, para os pais de Jenny, a chance dela talvez ter encontrado um “bom partido” seja tão importante quanto entrar em Oxford. Mas será que David não é bom demais para ser verdade?
Todo elenco está muito bem, em particular Alfred Molina como o pai de Jenny, mas é Carey Mulligan quem leva o filme com charme e graça. Sua interpretação recebeu muitos elogios e críticas, além de uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz de 2010. Ela tem sido comparada a Audrey Hepburn e está cotada para a refilmagem do musical “My Fair Lady”. Scherfig, que participou do movimento “Dogma” do cinema dinamarquês, dirige com leveza e dignidade. Seria fácil transformar esta história entre um homem mais velho e uma garota mais nova em um dramalhão ou em algo escandaloso. Mas, repito, é um filme de rara inteligência, em que temas como sexualidade, o papel da mulher (e do homem) e a importância da educação formal e informal são levantados e discutidos com seriedade. “Educação” também está concorrendo ao Oscar de Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário