O nome "Sherlock" é sinônimo de detetive particular. De inteligência, astúcia e, acima de tudo, método. Criação de Arthur Conan Doyle, Sherlock Holmes tinha o hábito de chegar às conclusões mais surpreendentes ao simplesmente encontrar uma pessoa. Através de pistas e de um suposto "pensamento científico", Holmes conseguia saber quem a pessoa era, onde havia estado, qual sua profissão e o que estava fazendo ali. Como companheiro de aventuras, Holmes tinha o Dr. Watson, sábio mas um tanto medroso, que acompanhava Holmes enquanto este descobria seus casos. O personagem já foi adaptado às telas do cinema incontáveis vezes e encarnado por uma série de atores.
Eis então que chegam o produtor da série "Máquina Mortífera", Joel Silver, e o diretor de "Snatch - Porcos e Diamantes", Guy Ritchie, e resolvem fazer uma versão do século XXI para o grande detetive inglês. O resultado só não é pior do que se poderia esperar por causa dos dois nomes principais do elenco, os ótimos Robert Downey Jr (Holmes) e Jude Law (Watson). O filme funciona melhor, na verdade, quanto menos se pensar que estamos vendo um filme de Sherlock Holmes. Nesta versão acelerada e "bombada" de Ritchie, Holmes é uma espécie de super herói atormentado, competente tanto nas deduções incríveis quanto nas lutas de rua. Logo no início do filme ele salva uma mulher de morrer em um ritual satânico promovido pelo cruel Lord Blackwood (Mark Strong). Blackwood é condenado à forca e é executado mas, claro, retorna dos mortos para aterrorizar Londres com um plano diabólico que me lembrou aqueles vilões dos filmes de James Bond.
O roteiro é basicamente feito de uma série de sequências em que Holmes e Watson tentam descobrir os planos secretos de Blackwood, em uma Londres do século XIX por vezes muito bem feita e interessante, em outras um efeito ruim em computação gráfica. Holmes tem encontros com sociedades secretas que acreditam em magia e desafiam as crenças científicas dele. No lado pessoal, Watson está para se casar com uma mulher chamada Mary, o que ataca os ciúmes do companheiro Sherlock, também às voltas com uma mulher misteriosa chamada Irene Adler (Rachel McAdams). (Se o objetivo do filme era ser inovador, por que os produtores não resolveram tirar Sherlock e Watson do armário e assumir o romance?).
O filme não é exatamente ruim. As interpretações de Downey e Law salvam grande parte das cenas, com alguns bons diálogos e troca de insinuações. Há cenas muito boas de Londres e da recriação de época. Há uma tentativa de desmistificar o personagem e lhe tirar aquele "verniz" inglês e esnobe. Mas, no fundo, há muita verdade na piada que anda pela internet que chama o filme de uma mistura de "Statch", "Clube da Luta" e "Homem de Ferro". Para uma recriação muito melhor do personagem, deve-se assistir ao ótimo filme feito por Barry Levinson e produzido por Steven Spielberg em 1985, chamado "Young Sherlock Holmes" (ou "O Enigma da Pirâmide").
4 comentários:
Vou dar um "muito bom", ou três estrelas ao filme. Existem certas coisas fora do contexto e a Rachel Mcadams está fraquinha na trama, apesar de saber que ela é a nova namoradinha da America (desde Diaro de uma paixão). Mas o restante dos atores dão conta do recado. Robert Downey Jr e Jude Law são grandes atores de suas gerações. Inclusive Downey já mostrou que pode interpretado um britânico desde o aclamado Chaplin.
Atualizar Sherlock, é muito perigo. Desculpem os fãs, mas ele É MUITO MAIOR que Batman, Harry Potter ou James Bond. O personagem já existe a mais de 120 anos, já virou novela, livro, quadrinhos etc, etc, etc. Seus fã clubes, são SOCIEDADES LITERÁRIAS e não para qualquer nerd que acabou de babar pelo Dark Knight.
Sou do fã das antigas, já que lia na juventude todos os livros do detetive. Fui ao cinema com uma pulga atrás da orelha, mas o resultado parece ser bom e a franquia tem tudo para melhorar no futuro. Sim,o vilão é fraco, mas isto acontecia no Batman: Begins e o filme foi bem recebido e seu sucessor, Dark Knight foi o melhor de todos os filmes. Creio que irá acontecer a mesma coisa com o segundo filme, quando Moriaty, o maior vilão das histórias do Sherlock, aparecer de vez.
Alias, eu tenho alguns DVDs dos antigões Basil Rathbone e Cushing (o Cão dos Baskrville, foi o primeiro Sherlock em cores).
Gostei também da versão Spielberg para Enigma da Piramide.
Outros atores que também foram Sherlock: Michael Cane, Charlton Heaston, Leonard Nimoy e Roger Moore
Ricardo Melo
Tem muita gente que reclamou do filme que artes marciais, luta de boxes e o visual diferenciado do Sherlock Holmes são erros gravíssimos do novo filme. Uma grande afronta. Nem mesmo "Elementar meu caro Watson", aparece no filme. Mas, são pessoas que não possuem qualquer conhecimento dos livros. Leia este grande texto exclarecedor aqui embaixo :
http://scienceblogs.com.br/cretinas/2010/01/sharlock_holmes_e_as_artes_mar.php
Joãaaaaaaaaaaaaao, "editar é viver"...tudo bem??
Fazia tempo que não vinha aqui consultar os bastidores!!!
Como anda a vida, a PUC e os cinemas?
uma beijoca!
Achei por diversas vezes que estava assistindo homem de ferro2.
Esse ar anti-herói que deram pra ele ficou muito longe do Holmes que aprendemos a gostar.
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