A idéia de "Gigante" pode ser descrita em uma frase, de tão simples que é. Mas o filme do argentino Adrian Biniez (feito no Uruguai) levou o Urso de Prata em Berlim e os kikitos de filme estrangeiro, roteiro e crítica no Festival de Gramado.
O "gigante" do título é um segurança chamado Jara (Horacio Camandulle), que faz o turno noturno em um supermercado de Montevidéu. Sua vida é marcada por uma rotina extrema. Chega às onze da noite, coloca o uniforme, senta-se diante de um monitor de video e fica observando o supermercado vazio, a não ser pelo pessoal da limpeza. Ele é um homem "grande", alto, que fica escutando rock pesado nos fones de ouvido o tempo todo e anda com camisetas de bandas. Mas esse exterior assustador esconde um segredo; Jara é um homem tímido, que está apaixonado por Júlia (Leonor Svarcas), uma faxineira do supermercado. A princípio, ele a acompanha somente através das câmeras de segurança, mas depois começa a segui-la pelas ruas da cidade. O filme é extremamente simples, com poucos diálogos e personagens. É também de um romantismo quase ingênuo, mostrando o amor deste "gigante" pela garota da faxina, a seguindo por todos os lados mas não tendo coragem de se declarar para ela.
O filme também mostra a rotina e os "bastidores" do supermercado, visto quase sempre nas áreas de serviço. Os funcionários estão em uma disputa trabalhista com os chefes, e esta é uma história paralela ao romance entre Jara e Júlia.
Com apenas 84 minutos de duração, "Gigante" poderia perfeitamente ter sido um curta metragem, em sua simplicidade. Como longa, por vezes se arrasta um pouco, mas há boas idéias visuais, como a cena que mostra Jara, em primeiro plano, na calçada em frente à praia. A perspectiva faz um truque e este homem tímido e indeciso, neste momento, ganha forças e parece realmente um gigante comparado às figuras diminutas em segundo plano.
Um comentário:
poxa! seu texto me deu vontade de assistir ao filme...
valeu!
Postar um comentário