O escritor canadense David Gilmour (não confundir com o guitarrista do Pink Floyd, de mesmo nome) estava tendo problemas com o filho adolescente. Jesse, de 16 anos, mostrava total desinteresse pela escola. Um “garoto” de um metro e oitenta de altura, ele faltava às aulas para ir ao cinema, para namorar ou sair com os amigos. Mas, apesar de inteligente e entusiasmado, não encontrava motivação para aguentar a rotina escolar diária.
O pai, em um momento de desespero, lhe fez uma “proposta indecente”: ele gostaria de abandonar a escola? Jesse não pensou duas vezes e aceitou mais rápido do que seu pai gostaria. Mas havia algumas regras: Jesse não poderia se envolver com drogas em hipótese alguma e teria de assistir a três filmes por semana com o pai. Esta é a trama básica de “O Clube do Filme”, livro lançado no Brasil pela Editora Intrínseca após grande sucesso lá fora. Não é um trabalho de ficção. Gilmour, que é roteirista, escritor e crítico de cinema, conta de forma apaixonada, mas leve, como foi este tempo que teve perto do filho adolescente, um luxo que poucos pais têm hoje em dia.
A seleção de filmes (a lista chega a 113 obras) é bem eclética. Filmes clássicos como “Cidadão Kane” ou “Casablanca” são intercalados com mais recentes como “Instinto Selvagem”. Havia os filmes da nouvelle vague francesa, em que a cena final de “Os Incompreendidos”, de François Truffaut, serve de paralelo com a situação de Jesse; suspenses de Alfred Hitchcock (como “Intriga Internacional”, “Os Pássaros” e “Psicose”); comédias e dramas de Woody Allen (“Crimes e Pecados”, “Manhattan”, “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”); uma série de filmes de terror para tentar fazer Jesse se esquecer de uma namorada (“O Exorcista”, “O Massacre da Serra Elétrica”, “O Iluminado”). Havia também sessões em que Gilmour escolhia um tema, como “O talento aflora”, e mostrava filmes em que algum desconhecido se destacava, como Samuel L. Jackson em “Febre na Selva”, de Spike Lee, ou Sean Penn em “Picardias Estudantis”, de Amy Heckerling, Audrey Hepburn em “A Princesa e o Plebeu”, de William Wyler ou o enorme talento que um jovem diretor chamado Steven Spielberg mostrou em seu primeiro filme, “Encurralado”.
A linguagem é simples e fluente. Gilmour não só conta os problemas do filho como os próprios. Desempregado por um longo período, um psicólogo provavelmente diria que ele resolveu tirar o filho da escola para lhe fazer companhia. É interessante também notar as semelhanças entre as “falhas” do pai refletindo no filho, como um gosto exagerado pela bebida e, sim, certa irresponsabilidade em lidar com algumas situações. O livro também é um retrato do quão difícil é ser um homem adolescente tendo que lidar com uma série de desilusões amorosas. Uma “personagem” recorrente é uma garota chamada Rebbeca (nome que, provavelmente, Gilmour usou em homenagem ao grande filme de Hitchcock). Ela é estonteante, e sabe disso, e usa o charme para fazer um jogo de sedução com Jesse que dura meses.
Em vários momentos acompanhamos as dúvidas do pai em relação ao tipo de educação que está dando ao filho. Inevitavelmente ele acaba se envolvendo com drogas, principalmente após desilusões amorosas, e em dado momento Jesse confronta o pai sobre o que ele acha ser uma “influencia excessiva” sobre ele. “O Clube do Filme” é uma leitura gostosa e cheia de citações cinematográficas, por vezes profundas, em outras superficiais, mas sempre interessante e divertido.
O pai, em um momento de desespero, lhe fez uma “proposta indecente”: ele gostaria de abandonar a escola? Jesse não pensou duas vezes e aceitou mais rápido do que seu pai gostaria. Mas havia algumas regras: Jesse não poderia se envolver com drogas em hipótese alguma e teria de assistir a três filmes por semana com o pai. Esta é a trama básica de “O Clube do Filme”, livro lançado no Brasil pela Editora Intrínseca após grande sucesso lá fora. Não é um trabalho de ficção. Gilmour, que é roteirista, escritor e crítico de cinema, conta de forma apaixonada, mas leve, como foi este tempo que teve perto do filho adolescente, um luxo que poucos pais têm hoje em dia.
A seleção de filmes (a lista chega a 113 obras) é bem eclética. Filmes clássicos como “Cidadão Kane” ou “Casablanca” são intercalados com mais recentes como “Instinto Selvagem”. Havia os filmes da nouvelle vague francesa, em que a cena final de “Os Incompreendidos”, de François Truffaut, serve de paralelo com a situação de Jesse; suspenses de Alfred Hitchcock (como “Intriga Internacional”, “Os Pássaros” e “Psicose”); comédias e dramas de Woody Allen (“Crimes e Pecados”, “Manhattan”, “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”); uma série de filmes de terror para tentar fazer Jesse se esquecer de uma namorada (“O Exorcista”, “O Massacre da Serra Elétrica”, “O Iluminado”). Havia também sessões em que Gilmour escolhia um tema, como “O talento aflora”, e mostrava filmes em que algum desconhecido se destacava, como Samuel L. Jackson em “Febre na Selva”, de Spike Lee, ou Sean Penn em “Picardias Estudantis”, de Amy Heckerling, Audrey Hepburn em “A Princesa e o Plebeu”, de William Wyler ou o enorme talento que um jovem diretor chamado Steven Spielberg mostrou em seu primeiro filme, “Encurralado”.
A linguagem é simples e fluente. Gilmour não só conta os problemas do filho como os próprios. Desempregado por um longo período, um psicólogo provavelmente diria que ele resolveu tirar o filho da escola para lhe fazer companhia. É interessante também notar as semelhanças entre as “falhas” do pai refletindo no filho, como um gosto exagerado pela bebida e, sim, certa irresponsabilidade em lidar com algumas situações. O livro também é um retrato do quão difícil é ser um homem adolescente tendo que lidar com uma série de desilusões amorosas. Uma “personagem” recorrente é uma garota chamada Rebbeca (nome que, provavelmente, Gilmour usou em homenagem ao grande filme de Hitchcock). Ela é estonteante, e sabe disso, e usa o charme para fazer um jogo de sedução com Jesse que dura meses.
Em vários momentos acompanhamos as dúvidas do pai em relação ao tipo de educação que está dando ao filho. Inevitavelmente ele acaba se envolvendo com drogas, principalmente após desilusões amorosas, e em dado momento Jesse confronta o pai sobre o que ele acha ser uma “influencia excessiva” sobre ele. “O Clube do Filme” é uma leitura gostosa e cheia de citações cinematográficas, por vezes profundas, em outras superficiais, mas sempre interessante e divertido.
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