O diretor Roberto Moreira surpreendeu com seu “Contra Todos” (2003), um filme que ousava pelo realismo e crueza tanto na trama quanto no estilo simples de produção. Ele volta agora com “Quanto dura o amor?”, exibido hoje no II Festival Paulínia de Cinema. Em muitos aspectos, é um filme melhor e mais maduro.
Silvia Lourenço (que fez sua estréia em “Contra Todos”, vencendo vários prêmios) é Marina, uma atriz do interior que se muda para São Paulo em busca de um papel na peça “Tio Vânia”, de Anton Tchekhov. Ela vai morar com Suzana (Maria Clara Spinelli), uma advogada competente e reservada que é objeto das atenções de Gil (Gustavo Machado), também advogado, que se apaixona por ela. Suzana também se apaixona por ele, mas tem um segredo que pode por tudo a perder. No mesmo prédio também mora Jay (Fábio Herford, muito engraçado), um rapaz que escreveu um livro de poesias e é a personificação do “nerd”, intelectual, de óculos e incapaz de se relacionar normalmente com mulheres. Sua paixão é a prostituta Michelle (Leilah Moreno) que, obviamente, só está interessado nele enquanto ele pode pagá-la. Marina começa a freqüentar a casa noturna de Nuno (Paulo Vilhena), que é namorado de Justine (a cantora Danni Carlos), uma sensual cantora por quem Marina se apaixona e começa a ter um caso.
Estas histórias se cruzam no decorrer da trama de forma natural e interessante. É um filme extremamente urbano, se concentrando na Avenida Paulista e no tradicional Bairro da Liberdade. Foi captado em digital com a nova câmera Red One, que tem uma imagem muito parecida com a tradicional película de cinema, com bela direção de fotografia de Marcelo Trotta. Sílvia Lourenço (que é uma das criadoras do roteiro) está muito bem, assim como todo o elenco. A cantora Danni Carlos se entrega a uma personagem que lembra um pouco Amy Whinehouse no visual e no comportamento. Ela canta várias canções em inglês durante o filme, e imagino que boa parte do orçamento tenha ido para pagar os direitos autorais destas músicas. Há uma boa dose de sexo no filme, mas o roteiro se concentra nos encontros e desencontros amorosos entre os personagens. A aproximação do advogado Gil a Suzana é feita com calma e romance, ambientada no visual oriental da Liberdade. Fábio Herford me lembrou um pouco Paul Giamatti em Sideways, com seu jeito tímido e intelectual.
A cidade de Paulínia foi uma das produtoras do filme através do Pólo Cinematográfico e algumas cenas foram feitas na cidade. O próprio teatro onde o filme foi exibido serviu de locação para as cenas em que Marina faz o teste para “Tio Vânia”. Sua trajetória como aspirante a atriz retrata bem os problemas da profissão. Há uma cena engraçada em que ela tenta um papel em uma propaganda de margarina e é esnobada por uma atriz mirim com provavelmente muito mais experiência do que ela.
Um filme urbano, bem feito e lidando com pessoas que, se não são exatamente “pessoas comuns”, representam sentimentos que podem ser reconhecidos por qualquer um.
Silvia Lourenço (que fez sua estréia em “Contra Todos”, vencendo vários prêmios) é Marina, uma atriz do interior que se muda para São Paulo em busca de um papel na peça “Tio Vânia”, de Anton Tchekhov. Ela vai morar com Suzana (Maria Clara Spinelli), uma advogada competente e reservada que é objeto das atenções de Gil (Gustavo Machado), também advogado, que se apaixona por ela. Suzana também se apaixona por ele, mas tem um segredo que pode por tudo a perder. No mesmo prédio também mora Jay (Fábio Herford, muito engraçado), um rapaz que escreveu um livro de poesias e é a personificação do “nerd”, intelectual, de óculos e incapaz de se relacionar normalmente com mulheres. Sua paixão é a prostituta Michelle (Leilah Moreno) que, obviamente, só está interessado nele enquanto ele pode pagá-la. Marina começa a freqüentar a casa noturna de Nuno (Paulo Vilhena), que é namorado de Justine (a cantora Danni Carlos), uma sensual cantora por quem Marina se apaixona e começa a ter um caso.
Estas histórias se cruzam no decorrer da trama de forma natural e interessante. É um filme extremamente urbano, se concentrando na Avenida Paulista e no tradicional Bairro da Liberdade. Foi captado em digital com a nova câmera Red One, que tem uma imagem muito parecida com a tradicional película de cinema, com bela direção de fotografia de Marcelo Trotta. Sílvia Lourenço (que é uma das criadoras do roteiro) está muito bem, assim como todo o elenco. A cantora Danni Carlos se entrega a uma personagem que lembra um pouco Amy Whinehouse no visual e no comportamento. Ela canta várias canções em inglês durante o filme, e imagino que boa parte do orçamento tenha ido para pagar os direitos autorais destas músicas. Há uma boa dose de sexo no filme, mas o roteiro se concentra nos encontros e desencontros amorosos entre os personagens. A aproximação do advogado Gil a Suzana é feita com calma e romance, ambientada no visual oriental da Liberdade. Fábio Herford me lembrou um pouco Paul Giamatti em Sideways, com seu jeito tímido e intelectual.
A cidade de Paulínia foi uma das produtoras do filme através do Pólo Cinematográfico e algumas cenas foram feitas na cidade. O próprio teatro onde o filme foi exibido serviu de locação para as cenas em que Marina faz o teste para “Tio Vânia”. Sua trajetória como aspirante a atriz retrata bem os problemas da profissão. Há uma cena engraçada em que ela tenta um papel em uma propaganda de margarina e é esnobada por uma atriz mirim com provavelmente muito mais experiência do que ela.
Um filme urbano, bem feito e lidando com pessoas que, se não são exatamente “pessoas comuns”, representam sentimentos que podem ser reconhecidos por qualquer um.
2 comentários:
:)
beijinho...
Opa, valeu pela visita!
bjo
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