A série de filmes "O Exterminador do Futuro" começou em 1984, quando um jovem e ambicioso diretor/roteirista chamado James Cameron lançou um filme de ficção científica feito com relativamente pouco dinheiro e muita imaginação. A história, "absurda", falava sobre uma hecatombe nuclear acontecida no futuro (que era 1997, na época), causada pela ascenção das máquinas ao poder. Uma figura messiânica, que respondia pelas iniciais J.C. (não Jesus Cristo, mas John Connor), traria inspiração para o que restou da humanidade. As máquinas, então, enviaram Arnold "Exterminador" Swarzenegger para o passado para matar sua mãe, Sarah Connor (Linda Hamilton), e impedir seu nascimento. O filme não passava de uma série bem feita de perseguições e efeitos especiais mecânicos baratos mas eficientes, e ganhou status de "cult". Em 1991, com muito mais dinheiro e inovando no uso dos primeiros efeitos em computação gráfica do cinema, James Cameron voltou com "O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final", um espetacular filme de ficção científica que é considerado o definitivo dentre as produções da série. Mesmo assim, os produtores lançaram em 2003 o terceiro exemplar, claramente um caça-níqueis, ainda com Swarzenegger no seu melhor papel.
Nesta era de refilmagens, recriações e filmes baseados em história em quadrinhos que povoam os cinemas, era de se esperar o retorno do Exterminador à telona. É o que acontece agora com "O Exterminador do Futuro: A Salvação". dirigido por um tal de McG (seria uma máquina?). O filme é surpreendentemente bom. Christian Bale está no papel de um John Connor um pouco menos carismático do que se poderia esperar do "futuro líder da resistência". Mas quem rouba a cena mesmo, e é o trunfo do roteiro, é um personagem novo chamado Marcus Wright (Sam Worthington). Marcus é um condenado à morte que, no início da trama, é visitado por uma mulher estranha (Helena Bonhan Carter) que lhe pede que doe o corpo para experiências. Anos mais tarde, em 2018, Marcus "volta à vida" depois que John Connor e os rebeldes invadem uma base da Skynet (a rede de computadores que controla as máquinas). Marcus revive para descobrir que seu mundo foi destruído e encontra, em uma Los Angeles abandonada, um rapaz chamado Kyle Reese (Anton Yelchin, o Checkov do novo Star Trek). Reese, para quem acompanha a série, é ninguém menos que o pai de John Connor, só que ele ainda não sabe. Após uma série de perseguições, o jovem Reese é capturado pela Skynet e Marcus Wright vai à procura de Connor. Há apenas um porém: Marcus não come, não se machuca, é quase indestrutível, pois é uma máquina.
Em um filme cujo principal objetivo é mostrar coisas explodindo e grandes cenas de perseguição, o "Exterminador" consegue injetar uma boa dose de humaninade neste conflito entre homens e máquinas. Marcus não sabe de sua natureza robótica, e seu olhar de terror quando vê suas próprias entranhas metálicas é marcante. John Connor, ensinado desde criança a desconfiar e lutar contra as máquinas, não sabe direito como lidar com Marcus; ele é um amigo ou uma ameaça? O recurso funciona bastante bem, embora, em contrapartida, acabe tirando muito da humanidade do próprio John Connor. Christian Bale é um ótimo ator mas seu personagem, infelizmente, não tem muito a oferecer a não ser gritar ordens furiosas e lutar com andróides assassinos. Bryce Dallas Howard, linda, é sua esposa e está grávida, mas também é inexpressiva. Em compensação, Marcus consegue a amizade de uma rebelde vivida intensamente por Moon Bloodgood.
Os efeitos especiais, da consagrada Industrial Light & Magic, são muito bons e misturam bem efeitos mecânicos com computação gráfica. O estúdio original de Stan Winston, o mago dos efeitos especiais que morreu ano passado, está a cargo de fazer os exterminadores e os moldes originais de Arnold Swarzenegger foram usados para recriá-lo em uma cena do filme. "O Exterminador do Futuro: A Salvação" pode não ser um clássico como "Terminator" e "Terminator 2", mas é um bom filme que certamente vai agradar aos fãs da série.
4 comentários:
Com a bilheteria baixa, acho bastante improvavel uma continuação do mesmo.
Bom, eu prefiro que não fiquem fazendo continuações inúteis mesmo. Tá na hora de começarem a inventar algo novo nessa hollywood que só sabe fazer refilmagens ou versões de HQ. Dizem que vem Robocop "novo" por ai...pra que? (por mais que confie no Aronofski, o suposto diretor)
oi
andas bem generoso com os filmes... Tás amando, é? eh eh eh
Cara, achei esse t-4 inútil, sem vida, mediocrezinho mesmo, me sentio assistindo um filme da band em noite de sábado, só que dos bem caros. Acho o fracasso nas bilheterias merecido. O que Chris bale está fazendo com a carreira dele? Parece que o pnegócio dele agora é só papar os cheques em milhões de dólares. Blockbusters desse ano, só cola o Star trek, que é delicioso, cinema pop bom.
abs
Fernando
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Hahaahah....amando? Putz, ultimamente só os filmes.
Pode-se dizer que o filme seja "inútil", é fato que a série Exterminador não precisava de continuações desde o DEFINITIVO "Terminator 2". Mas não achei este ruim não. Christian Bale está sofrendo com uma crise de personagens sub-desenvolvidos. Mesmo seu Bruce Wayne acaba levando um banho de qualquer coadjuvante...e não é culpa de Bale, que é um ator e tanto. Talvez esteja sim fazendo um "pé de meia" antes de voltar a fazer filmes menos comerciais e mais "malucos" como os que costumava fazer.
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