
A trama envolve um deputado chamado Stephen Collins (Affleck) que está encabeçando uma CPI sobre a terceirização do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Baseado em fatos reais, a "vilã" do filme é uma empresa chamada Pointcorp, empregada pelo governo americano para agir no Iraque e que fatura bilhões de dólares. Fundada e operada por ex-militares, a empresa é acusada de abusos no campo de batalha e por falcatruas internas. No início do filme, vemos três crimes aparentemente não relacionados que chamam a atenção de um repórter da velha guarda do "Washington Globe", Cal McAffrey (Crowe). Ele e Collins estudaram na faculdade juntos, e quando a principal investigadora de Collins é morta de forma suspeita no metrô, a imprensa cai em cima dele ao descobrir que o deputado estava tendo um caso com a garota. Cal estava investigando o assassinato de um morador de rua e de um simples entregador de pizza e descobriu que estes crimes estão ligados à morte da pesquisadora de Collins. Tudo aponta para uma conspiração da Pointcorp, que estaria interessada em desmoralizar Collins na Comissão de Inquérito.
O filme também toca na questão dos rumos do jornalismo neste milênio. Há uma demanda crescente dos donos do jornal para vender a qualque custo, e Cal torce o nariz para uma novata da redação, Della Frye (McAdamns), que escreve para a parte online do diário. Mas os dois acabam se tornando parceiros na investigação, e Russel Crowe mais uma vez se mostra um grande ator. Seu personagem é um jornalista das antigas, sempre com uma caneta e bloco na mão, com contatos em todo lugar e conhecido de policiais e políticos. Sua mesa na redação é aparentemente uma bagunça, assim como o carro velho que dirige. Interessante que a direção de arte tenha feito a redação do jornal com uma aparência que me lembrou um presídio. Há linhas verticais cortando a tela que lembram barras e o ambiente é escuro, mas Cal ainda acredita que a "verdade" tenha de ser buscada lá fora, nas ruas. Há uma complicação adicional no fato de que ele e a esposa de Collins, Anne (a bela Robin Wright Penn), terem tido um caso que vem desde a época da faculdade, e há um estranho triângulo amoroso entre o jornalista, o congressista e sua esposa, em que todos aparentemente sabem da situação mas nunca a comentam.
O filme é bem escrito, bem interpretado e dirigido. Há bons momentos de suspense e uma idéia de que ainda vale a pena lutar por alguma coisa.
2 comentários:
Também gostei muito do filme. E ele chega em boa hora, no momento em que as dúvidas quanto à real utilidade do diploma são postas à mesa. Jornalismo vendido ou por vocação?
Keep going!
Abraços
Exato, Corvini, pensei na mesma coisa. Valeu pela visita.
Abraço!
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