O pelotão “Búfalo” (um grupo de soldados negros combatentes na 2ª. Guerra Mundial), trava uma feroz batalha com os nazistas em um rio na região da Toscana, Itália. Eles estão enfrentando dois inimigos. Na frente, as metralhadoras nazistas fazem os soldados atingidos em pedaços; atrás, sofrem com o “fogo amigo” da própria artilharia americana. Quatro deles conseguem atravessar o rio e vão se refugiar perto de um celeiro. O recruta Sam Train (Omar Miller), um negro de físico enorme, mas com uma personalidade infantil, acaba resgatando um garoto italiano que está preso nos destroços provocados pelo bombardeio. O garoto está ferido e falando de forma incoerente, e Train acha que ele é uma espécie de “santo”. Os quatro soldados acabam se refugiando em uma vila por perto, na casa de um velho fascista e sua família.
O filme é dirigido por Spike Lee que, obviamente, ficou interessado em contar a história deste pelotão de soldados negros lutando em uma “guerra de brancos”, como declara um deles. O filme tem co-produção italiana e é falado em três línguas, inglês, italiano e alemão, conforme a trama acompanha cada lado envolvido na guerra. Baseado no livro de James McBride (que assina o roteiro), “Milagre em Santa Anna” é muito bem feito tecnicamente e tem o foco voltado para os personagens. O problema é que, por vezes, o tom “panfletário” de Spike Lee acaba atrapalhando. É fato que os negros que lutaram na 2ª. Guerra Mundial raramente são lembrados; os filmes dedicados ao gênero, em sua grande maioria, são estrelados apenas por atores brancos e pouco se fala da participação negra no conflito. Mas há alguns “discursos” no filme fora de lugar, fora o fato de que os poucos brancos retratados geralmente são apenas idiotas estereotipados.
O lado lúdico do filme, justamente o tal “milagre” do título, acaba sofrendo em um filme que mistura cenas panfletárias com outras extremamente violentas e realistas. As cenas de batalha são muito bem feitas e mostram todo horror da guerra. Os italianos se encontravam entre o fogo cruzado dos americanos, dos nazistas e dos próprios compatriotas, que se dividiam entre os dois grupos. Quando tudo isso se junta em cena é um verdadeiro massacre, mostrado com detalhes pela câmera de Lee. Em meio a isso tudo (é um filme longo, 166 minutos) há cenas muito interessantes e calmas entre o garoto, que se chama Ângelo (Matteo Sciabordi) e o recruta Train. Os dois não entendem a língua um do outro, mas conseguem se comunicar por gestos e expressões. A atriz italiana Valentina Cervi interpreta Renata, uma mulher que não sabe se o marido está vivo ou não e que se torna o motivo de atração (e discórdia) entre o Sargento Bishop (Michael Ealy) e o Sangento Stamp (Derek Luke). Há também um líder dos partisans (a resistência italiana) que chega à vila com um prisioneiro nazista. Em seu grupo está um traidor, responsável por uma tragédia revelada no final do filme.
Como se não bastassem todos estes personagens e tramas, o filme infelizmente ainda tenta fazer uma ponte com uma época 40 anos depois, quando um dos soldados apresentados no filme, agora já velho, mata a queima-roupa uma pessoa em uma agência dos correios. Estas cenas, passadas na década de 80, começam e terminam o filme de forma irregular e desnecessária. Spike Lee poderia ter se concentrado em fazer apenas um filme na 2ª. Guerra Mundial, com uma duração menor, menos panfletagem e mais atenção ao lado lúdico da trama.
O filme é dirigido por Spike Lee que, obviamente, ficou interessado em contar a história deste pelotão de soldados negros lutando em uma “guerra de brancos”, como declara um deles. O filme tem co-produção italiana e é falado em três línguas, inglês, italiano e alemão, conforme a trama acompanha cada lado envolvido na guerra. Baseado no livro de James McBride (que assina o roteiro), “Milagre em Santa Anna” é muito bem feito tecnicamente e tem o foco voltado para os personagens. O problema é que, por vezes, o tom “panfletário” de Spike Lee acaba atrapalhando. É fato que os negros que lutaram na 2ª. Guerra Mundial raramente são lembrados; os filmes dedicados ao gênero, em sua grande maioria, são estrelados apenas por atores brancos e pouco se fala da participação negra no conflito. Mas há alguns “discursos” no filme fora de lugar, fora o fato de que os poucos brancos retratados geralmente são apenas idiotas estereotipados.
O lado lúdico do filme, justamente o tal “milagre” do título, acaba sofrendo em um filme que mistura cenas panfletárias com outras extremamente violentas e realistas. As cenas de batalha são muito bem feitas e mostram todo horror da guerra. Os italianos se encontravam entre o fogo cruzado dos americanos, dos nazistas e dos próprios compatriotas, que se dividiam entre os dois grupos. Quando tudo isso se junta em cena é um verdadeiro massacre, mostrado com detalhes pela câmera de Lee. Em meio a isso tudo (é um filme longo, 166 minutos) há cenas muito interessantes e calmas entre o garoto, que se chama Ângelo (Matteo Sciabordi) e o recruta Train. Os dois não entendem a língua um do outro, mas conseguem se comunicar por gestos e expressões. A atriz italiana Valentina Cervi interpreta Renata, uma mulher que não sabe se o marido está vivo ou não e que se torna o motivo de atração (e discórdia) entre o Sargento Bishop (Michael Ealy) e o Sangento Stamp (Derek Luke). Há também um líder dos partisans (a resistência italiana) que chega à vila com um prisioneiro nazista. Em seu grupo está um traidor, responsável por uma tragédia revelada no final do filme.
Como se não bastassem todos estes personagens e tramas, o filme infelizmente ainda tenta fazer uma ponte com uma época 40 anos depois, quando um dos soldados apresentados no filme, agora já velho, mata a queima-roupa uma pessoa em uma agência dos correios. Estas cenas, passadas na década de 80, começam e terminam o filme de forma irregular e desnecessária. Spike Lee poderia ter se concentrado em fazer apenas um filme na 2ª. Guerra Mundial, com uma duração menor, menos panfletagem e mais atenção ao lado lúdico da trama.
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